ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 19-6-2006.
Aos dezenove dias do mês de junho do ano de dois mil
e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maristela Maffei, Neuza Canabarro e Raul
Carrion. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Manuela d'Ávila, Margarete
Moraes, Mauro Pinheiro, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir
Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Informação nos
155 e 156/06 (Processos nos 3520 e 3521/06, respectivamente), as
Indicações nos 026, 027 e 028/06 (Processos nos 3517,
3518 e 3519/06, respectivamente), e o Projeto de Lei do Legislativo nº 138/06
(Processo nº 3228/06); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência
nos 1302 e 1303/06 (Processos nos 3157 e 3158/06,
respectivamente); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 123 e 124/06 (Processos nos 2996 e
2997/06, respectivamente); pelo Vereador Elias Vidal, o Pedido de Informação nº
154/06 (Processo nº 3514/06); pelo Vereador João Bosco Vaz, o Pedido de Providência
nº 1390/06 (Processo nº 3476/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos
de Providência nos 1399, 1400, 1401, 1402, 1404, 1405, 1406, 1407,
1408, 1409 e 1410/06 (Processos nos 3492, 3493, 3494, 3495, 3497,
3498, 3499, 3500, 3501, 3502 e 3503/06, respectivamente); pelo Professor
Garcia, os Pedidos de Providência nos 1391, 1392, 1393, 1394, 1395,
1396, 1397 e 1398/06 (Processos nos 3478, 3479, 3480, 3482, 3483,
3484, 3486 e 3487/06, respectivamente). Ainda, foi apregoada a Emenda nº 01, de
autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PCdoB, ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 072/04 (Processo nº 1841/04). Do EXPEDIENTE, constaram: os
Ofícios nº 1070/06, do Senhor Adilson Christovam, Gerente de Operações da Gerência
de Apoio ao Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF –, e s/no,
do Senhor Carlos Nunes da Costa, Coordenador-Geral de Programas para o
Desenvolvimento do Ensino, do Ministério da Educação. Na ocasião, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da
Trigésima Nona, Quadragésima, Quadragésima Primeira e Quadragésima Segunda
Sessões Ordinárias, da Sétima Sessão Extraordinária e da Vigésima Quarta,
Vigésima Quinta e Vigésima Sexta Sessões Solenes. Em continuidade, foi iniciado
o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que nesse período seria realizada homenagem ao
transcurso do Dia do Químico e do cinqüentenário da sanção da Lei que
regulamentou essa profissão no Brasil. Compuseram a Mesa: o Vereador Dr.
Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Paulo Roberto Bello
Fallavena,
Presidente do Conselho Regional de Química da 5ª Região; e o Vereador Elói
Guimarães. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib abordou a Lei
Federal nº 2.800/1956, referente à criação dos Conselhos Federal e Regionais de
Química, lembrando personalidades brasileiras que presidiram essas entidades e
avaliando a participação do Químico no processo de desenvolvimento da sociedade
humana. Ainda, prestou homenagem especial aos profissionais dessa área que
atuam junto ao Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor Paulo Roberto Bello Fallavena, que agradeceu o registro
hoje efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativamente ao
transcurso do Dia do Químico e do cinqüentenário da sanção da Lei que
regulamentou essa profissão no Brasil. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Antonio
Dib para proceder à entrega, ao Senhor Paulo Roberto Bello Fallavena, de Diploma alusivo à
presente solenidade. Às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE
EXPEDIENTE, a Vereadora Maristela Maffei comentou seminário organizado pela
Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, no dia dois deste mês, acerca
da legislação relativa aos Conselhos Tutelares de Porto Alegre. Também, leu
trechos do discurso proferido na ocasião pelo Promotor Público Miguel
Velasques, onde se destaca a importância da conscientização da sociedade quanto
ao quadro de violência contra a criança observado no mundo contemporâneo. A seguir, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso dos noventa e quatro anos
de concessão e oitenta anos de fundação do Hospital Espírita de Porto Alegre,
nos termos do Requerimento nº 098/06 (Processo nº 3360/06), de autoria do
Vereador Cassiá Carpes. Compuseram a Mesa: o Vereador Dr. Goulart, Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores José Jorge da Silva e Sady
Soares Salatino, respectivamente Presidente e 1º Vice-Presidente do Hospital
Espírita de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cassiá Carpes relatou momentos
da história do Hospital Espírita de Porto Alegre, discorrendo sobre os serviços
ali oferecidos e salientando que mais de oitenta por cento dos atendimentos prestados
destinam-se a pacientes do Sistema Único de Saúde. Ainda, convidou para a
conferência espírita em homenagem a esse Hospital, a ser proferida pelo médium
Divaldo Pereira Franco, no dia vinte e três de junho do corrente, em Porto
Alegre. Em prosseguimento, o Senhor
Presidente convidou o Vereador Cassiá Carpes para proceder à entrega, ao Senhor
José Jorge da Silva, de Diploma alusivo à presente solenidade, concedendo a palavra ao
Senhor Sady Soares Salatino, que, em nome do Hospital Espírita de Porto Alegre,
agradeceu a
homenagem prestada por este Legislativo. Às quinze horas e vinte e sete minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
trinta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Na oportunidade, por
solicitação da Vereadora Clênia Maranhão, foi realizado um minuto de silêncio
em homenagem póstuma ao Senhor Cláudio Besserman Vianna, humorista brasileiro,
conhecido como Bussunda, falecido no dia dezessete de junho do corrente. A seguir,
foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde do dia dezenove ao dia vinte e dois de junho
do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Ainda, foram
apregoadas Declarações firmadas pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada
do PT, informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris, Guilherme
Barbosa e Gerson Almeida em assumirem a vereança em substituição à Vereadora
Maria Celeste, no período indicado. Também, o Senhor Presidente registrou a
presença, neste Plenário, de alunos e das Professoras Ivanise Mâncio e Ieda
Pellegrini, da Turma de marcenaria do Projeto Novos Horizontes, implementada
pelo Serviço Social da Indústria – SESI – em parceria com o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial – SENAI –, que comparecem à Câmara Municipal de Porto
Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo
Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães cumprimentou o
jornal Zero Hora, pela produção do Caderno Especial “O melhor do Rio Grande”,
publicado no dia doze de junho do corrente, com informações referentes aos
Municípios que integram o Estado. Além disso, sugeriu a distribuição desse
material junto a escolas e instituições públicas gaúchas, sublinhando que uma
maior valorização do Poder Municipal é requisito básico para a criação de
condições reais de crescimento do País. O Vereador Mauro Pinheiro registrou que
no dia vinte e oito deste mês será inaugurada a nova sede da Rede AMMPA – Associação
de Minimercados de Porto Alegre –, chamando a atenção para os benefícios que a compra
conjunta de mercadorias proporciona para esses pequenos empresários. Ainda,
referiu-se ao Projeto de Lei do Legislativo nº 077/06, de sua autoria, que
institui o Programa Integrar, de fomento às redes associativas de pequenos
comerciantes e produtores que atuam no Município. O Vereador Dr. Goulart
discorreu sobre a conjuntura política atual, mencionando a participação do
Partido Democrático Trabalhista na construção da história brasileira. Da mesma
forma, defendeu os nomes de Cristovam Buarque e Miguelina Vecchio como candidatos do seu
Partido para Presidente e Vice-Presidente da República nas eleições nacionais
programadas para outubro do corrente, frisando a importância do incentivo à
presença feminina na titularidade de cargos de comando da Nação. O Vereador
Luiz Braz apoiou o nome da Deputada Federal Yeda Crusius como candidata ao
Governo do Estado pelo Partido da Social Democracia Brasileira nas eleições de
outubro deste ano. Também, analisou problemas enfrentados por meninos e meninas
de rua de Porto Alegre, salientando a necessidade de programas educacionais
direcionados ao aprendizado profissional desses menores, como instrumento que
viabilize inclusão social e futuro ingresso
no mercado de trabalho. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do
Vereador José Ismael Heinen, Líder da Bancada do PFL, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 291/05 (Processo nº 6311/05). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
Claudio Sebenelo reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador Luiz Braz,
em Comunicações, acerca de meninos e meninas de rua de Porto Alegre, elogiando
o trabalho do Centro de Educação Profissional São João Calábria no preparo dos
jovens para o mercado de trabalho. Ainda, avaliou as causas da criminalidade,
afirmando que, atualmente, o Estado Brasileiro é responsável por parcela
elevada dos índices de violência observados no País. A Vereadora Neuza Canabarro
leu trechos do Relatório elaborado pela Comissão Parlamentar de Inquérito constituída
na Casa para averiguar índices de afastamento de servidores municipais por
biometria. Igualmente, informou que esse documento se compõe de diagnóstico
sobre o tema e recomendações ao Governo Municipal, em especial quanto a medidas
preventivas que objetivem garantir os direitos básicos dos servidores, sem prejuízos
à qualidade dos serviços públicos oferecidos à população. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
480 e 481/03, 125 e 131/06; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº
128/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, os Projetos
de Resolução nos 077 e 078/06, este discutido pelas Vereadoras
Clênia Maranhão e Sofia Cavedon; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 329/05 e 115/06, o Projeto de Lei do Executivo nº
018/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel e pela
Vereadora Clênia Maranhão. Ainda, o Vereador Claudio Sebenelo manifestou-se
durante o período de Pauta. Também, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se
acerca de Projetos aprovados por este Legislativo, denominando logradouros
públicos com nomes de constelações estelares. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador João Carlos Nedel aludiu ao Projeto de Lei do Legislativo nº 021/05,
de sua autoria, que proíbe o uso de produtos fumígenos em recintos fechados de
uso público do Município. Sobre o assunto, asseverou que o texto final aprovado
por esta Casa foi elaborado de forma conjunta com a sociedade porto-alegrense,
declarando que o objetivo fundamental de sua iniciativa foi o de defender a
saúde da população, principalmente dos não-fumantes. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Daniel Bordignon,
ex-Prefeito do Município de Gravataí – RS. A seguir, nos termos do artigo 94, §
1º, alínea "g", do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO
ESPECIAL ao Vereador Raul Carrion, que relatou sua participação, em
Representação Externa deste Legislativo, na Cerimônia de Posse e 9ª Reunião do
Conselho das Cidades, realizada do dia sete ao dia nove de junho do
corrente, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael
Heinen registrou a realização, na manhã de hoje, de ato público contrário ao
Projeto de Lei do Executivo Federal que prevê mudanças no funcionamento das
cooperativas, considerando essa proposição irá prejudicá-las. Sobre o assunto,
destacou a relevância das cooperativas na criação de postos de trabalho e na
distribuição de renda, frisando a necessidade de priorização dessas empresas
para o crescimento brasileiro. O Vereador Nereu D'Avila, respondendo ao
pronunciamento de hoje do Vereador João Carlos Nedel, em Comunicação de Líder,
analisou o processo de votação, no dia cinco de
junho do corrente, do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/05.
Nesse contexto, discorreu sobre as diferenças entre o que é proposto nesse
Projeto e a proibição vigente de fumo em locais fechados de uso público,
alegando que sua sanção produzirá poucas modificações nessa área. A seguir, por
solicitação do Vereador Adeli Sell e da Vereadora Margarete Moraes, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, aos
Senhores João Caminha, falecido hoje, e Henrique Leo Fuhro, falecido no dia
doze de junho do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela d'Ávila
rechaçou a desobediência, por exibidores de cinema, do disposto na Lei
Municipal nº 9.989/06, que assegura aos estudantes o pagamento de meia-entrada
em atividades culturais. Também, registrou sua participação no 13º Congresso da
União da Juventude Socialista, ressaltando que nesse evento foi discutida a
importância do socialismo e das políticas públicas voltadas à juventude na
busca pelo desenvolvimento do Brasil. A Vereadora Sofia Cavedon cobrou do
Governo Municipal medidas no sentido de se melhorar a condição de crianças em
situação de rua, reprovando a devolução de verba federal destinada à área
social, por falta de recursos humanos disponíveis para sua aplicação. Ainda,
comentou o relatório da Comissão Especial de Inquérito para apurar o alto
índice de afastamento de servidores municipais por biometria, protestando
contra o trato dado à gestão de saúde do funcionalismo municipal. O Vereador
Luiz Braz discutiu as causas do alto número de crianças vivendo em situação de
rua, atribuindo esse problema ao abandono, por razões ideológicas, de políticas
governamentais que apresentaram bons resultados. Em relação ao assunto, sugeriu
a oferta de vagas em cursos profissionalizantes para essas crianças,
enfatizando que essa iniciativa proporcionaria a esses jovens a oportunidade de
ingresso no mercado de trabalho, a um baixo custo para a Prefeitura Municipal.
A Vereadora Clênia Maranhão referiu-se ao transcurso, no dia vinte de junho do
corrente, do Dia Mundial do Refugiado, sublinhando o pioneirismo deste
Legislativo ao aprovar legislação no sentido de tornar Porto Alegre um exílio
para essas pessoas. Além disso, noticiou iniciativas do Governo Municipal com o
intuito de aumentar a inclusão social de crianças de rua e enfatizou o reconhecimento
de órgãos internacionais às políticas de participação popular em Porto Alegre.
A Vereadora Maristela Maffei cobrou medidas dos Governos Municipal e Estadual
no sentido de se melhorarem as condições de vida da população da Vila Santa
Helena, localizada no Bairro Lomba do Pinheiro. Sobre esse assunto, discursou
quanto a problemas constatados na Praça Roseli Antunes, nessa comunidade, asseverando
que esse logradouro está com suas instalações depredadas e afirmando que
criminosos utilizam essa área como ponto de venda de drogas. O Vereador
Sebastião Melo desaprovou a atuação do Governo Federal na questão envolvendo as
dificuldades financeiras enfrentadas pela Viação Aérea Rio-Grandense Sociedade
Anônima – VARIG –, alegando que essa empresa, por ter grande participação na
economia brasileira, deveria ser auxiliada pelo Poder Público. Ainda, defendeu
o Projeto de Lei do Legislativo nº 043/05, de sua autoria, que dispõe sobre o
Programa de Redução Gradativa do Número de Veículos de Tração Animal. O Vereador
Cassiá Carpes prestou informações acerca do trabalho desenvolvido pela Secretaria
Municipal de Obras e Viação durante o período em que Sua Excelência esteve à
frente desse órgão, em especial no que tange à solução de problemas constatados
no Bairro Lomba do Pinheiro. Além disso, discutiu o tratamento dado pelo
Governo Municipal ao vandalismo observado no Centro, concordando com a necessidade
de se buscarem soluções para a falta de vigilância nessa região durante a
noite. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Luiz Braz,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, conforme definido pelo Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 069/06. Durante a apreciação do Projeto
de Resolução nº 069/06, o Vereador Luiz Braz afastou-se da presidência dos
trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05,
considerando-se prejudicado o Projeto original. Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 291/05, o qual, após ser discutido
pelos Vereadores Adeli Sell, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Paulo Odone, Elói
Guimarães, Cassiá Carpes, João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Claudio Sebenelo,
teve sua discussão suspensa. Na ocasião, foi votada a prorrogação dos trabalhos
da presente Sessão, a qual obteve onze votos SIM, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Bernardino
Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Maristela Meneghetti, Sebastião Melo e Valdir
Caetano, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Às dezenove horas e três minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária
da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Dr. Goulart e Luiz Braz e pela Vereadora Margarete Moraes e
secretariados pelos Vereadores Elias Vidal e Claudio Sebenelo, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Elias Vidal, 2º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): Passamos ao
Hoje, este
período é destinado a assinalar o transcurso do “Dia do Químico” e o
cinqüentenário da sanção da Lei que regulamentou a profissão no Brasil.
Convidamos para compor a Mesa o Sr. Paulo
Fallavena, Presidente do Conselho Regional de Química da 5ª Região.
O Ver. João Antonio Dib, proponente desta
homenagem, está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Excelentíssimo
Sr. Presidente, Vereador Dr. Goulart; caríssimo Dr. Paulo Fallavena, Presidente
do Conselho Regional de Química – 5ª Região; Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores; a vida é o nosso principal elemento, este é o lema da Química, e
expressa tudo que se possa dizer da importância da química nas nossas vidas.
O Conselho Federal e Regional de Química foram
fruto de Lei Federal de 18 de junho de 1956. Mas, como tudo no Brasil, demorou
25 anos para ser regulamentada. Mas isso não fez com que os Químicos
esmorecessem nas suas atividades ou não procurassem dar mais de si para buscar
soluções para os nossos problemas. Eu estudei química um ano; tive a
oportunidade de conhecer, por exemplo, um dos que foi Presidente do Conselho, o
Professor Saviniano de Castro Marques, uma figura que eu lembro com muito
respeito; também conheci aquele que foi por mais tempo Presidente do Conselho
Regional, o Mario Egas
Câmara, e muitos outros.
Mas a Química tem como seu elemento principal a
vida. Nós podemos ter uma leve visão do que representa a Química, se nós
olharmos o Departamento Municipal de Água e Esgotos, do qual tive a satisfação
de ser Diretor por duas vezes. Sem os químicos do nosso Departamento, nós não
teríamos a água extraordinária que é ofertada para a população porto-alegrense;
nós não teríamos esta qualidade que a própria Organização Mundial de Saúde
respeita. Nós fizemos, numa oportunidade, um modelo matemático de qualidade das
águas do Guaíba, assistido pela Organização Mundial de Saúde que, por
intermédio do Dr. Walter Castagnino, todas as vezes que aqui chegava para dar a
sua orientação, dizia que os químicos do DMAE estavam adiante daquilo que ele
prescreveria. Ele apenas tinha de conferir e dar nota dez. Isso ele disse que
via nos químicos do DMAE, portanto, pessoas extremamente competentes e
dedicadas.
Eu quero fazer uma homenagem aos químicos do DMAE:
aos químicos do passado, eu a faço na pessoa do químico Ênio João Daudt; aos
químicos que hoje convivem conosco, ainda, para a felicidade nossa, eu
homenageio a química Alfa da Rosa Teixeira. São duas pessoas que se destacaram,
e muito. A Dra. Alfa instituiu, no DMAE, o
Centro de Estudos de Saneamento Básico. Muitas das análises químicas feitas nas
nossas águas como, por exemplo, quando aconteceu a chamada maré vermelha, há
cerca de três décadas, foram realizadas pelos químicos do DMAE, e os químicos
realmente faziam análises bastantes tranqüilizadoras quando se tratava da
qualidade de água que nós fornecíamos.
Portanto,
quando se completa 50 anos, quero dizer que os químicos são essenciais, sim, às
nossas vidas, e referir àqueles que presidiram o Conselho ao longo dos tempos.
O primeiro presidente foi o Sr. Nelson Brasil de Oliveira, que era Químico
Industrial; o Sr. Horst Beck, que era Químico Industrial, e foi o seu segundo
presidente, de 1958 a 1960; o Sr. Nelson Carlos Gutheil, que também tive o
prazer de conhecer, que presidiu de 1960 a 1962; o Professor Saviniano de
Castro Marques, de 1962 a 1963; o Sr. Frederico Ponte Filho, Professor de
Química Industrial, de 1963 a 1966; o Professor Adão Moutone, de 66 a 69; o Sr.
Mario Egas Câmara - este sim foi o recordista -, Bacharel em Química, presidiu
o Conselho de 1969 até 1990; o Sr. Ennecyr Pilling Pinto, que era Engenheiro
Químico, e foi presidente de 1990 a 2000. E agora o nosso Paulo Roberto Bello
Fallavena, que tem os títulos mais representativos que alguém possa ter na sua
profissão, e que ele a escolheu por entender que ali seria útil à sua
coletividade.
O
Sr. Elói Guimarães: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª me honra e oportuniza
para que, neste aparte, saúde a iniciativa de V. Exª e cumprimente, aqui, o
Presidente do Conselho Regional de Química da 5ª Região, o Sr. Paulo Fallavena,
e dizer, Ver. João Antonio Dib, que a humanidade e a civilização não estariam
no estágio em que estão, não fora essa ciência complexa, principalmente para os
alunos. Todos nós, durante os nossos estudos, quer no curso Científico ou mesmo
Clássico, passamos pela Química. Portanto, a Química é exatamente a ciência sem
a qual a humanidade não teria atingido o estágio que atingiu nos nossos dias.
Portanto, aos químicos, a nossa saudação.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, cumprimento V.
Exª, Ver. João Dib, pela iniciativa desta homenagem. Quero dizer que lhe
invejo! Quero saudar o Paulo Fallavena, e dizer que a minha vida tem uma
ligação completa com a Química. Eu estudei primeiro - não sei se o senhor
conheceu o professor Schmitão, do Colégio Anchieta, uma grande autoridade,
talvez por sua sapiência tenha me levado a estudar Química -, fiz quatro anos
de Engenharia Química na UFRGS, dois anos de Engenharia na UFRGS; infelizmente,
no regime em que vivíamos naquele momento, fui preso, exilei-me no Chile; fiz
mais um ano na Universidade Católica do Chile. Casei com uma chilena que é
Química, e a minha irmã é Engenheira Química formada na UFRGS. Evidentemente
tenho uma grande alegria em vir aqui cumprimentar o Ver. João Dib e
cumprimentar o trabalho de vocês; e dizer que acabei Historiador, mas a Química
continua sendo uma das minhas paixões. Parabéns!
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, se me permite, quero
cumprimentar o Conselho Regional de Química pelo transcurso dos seus 50 anos,
pelo Dia do Químico, e dizer que nós precisamos da sua ajuda para resolvermos
algumas questões, inclusive de Legislação. Vou citar apenas um exemplo para
deixar no ar a questão da fabricação de velas, da fabricação de produtos
artesanais como sabonete, em que precisamos da sua ajuda, porque a Legislação é
embaraçosa, eu diria, nessa questão. Então, nós vamos contar com a sua ajuda
para resolvermos essas questões também.
O
Sr. José Ismael Heinen: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns, Ver. João Antonio
Dib, por esta homenagem justa aos químicos. Quero parabenizar o Presidente
Paulo Fallavena, e dizer que eu não faço parte do Conselho, porque não foi
regulamentado o curso que eu fiz no Instituto Militar de Engenharia, no Rio de
Janeiro: Tecnologista de Química. Por isso eu avalio, eu sei o quanto isso é
importante e o quanto é importante a Química no desenvolvimento, principalmente
no desenvolvimento social também da vida. Então, parabéns, e o nosso orgulho
pelo nosso Dia. Muito obrigado.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, quero cumprimentá-lo nesta homenagem tão importante
em relação a todo o processo em que vivemos na humanidade, pois sabemos o
quanto foi e é importante a atuação da área da química. E, ao mesmo tempo, Ver.
Dib, repudiar aqueles que usaram a química de uma forma errônea e que não
fizeram bem à humanidade, que é justamente o que essa categoria pensou que
seria o contrário.
Na
mesma linha do Ver. Adeli Sell, quero dizer que nós trabalhamos com
cooperativas, especialmente de geração de renda para as mulheres que trabalham
nessa área; temos na Lomba do Pinheiro um grupo chamado Eco, onde mais de 80
mulheres trabalham fazendo produtos, sabonetes, sabões, mas têm dificuldade de
acesso aos químicos para orientá-las para que elas possam estabelecer geração
de renda na nossa Cidade. Quero parabenizá-lo, mais uma vez, Vereador, por esta
iniciativa.
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Antonio Dib, é com muita satisfação que parabenizo V. Exª
e os nossos Químicos. Quero dizer da minha saudade do meu contato com muitos
Químicos desta nossa Cidade; na parte de Bioquímica, como Médico, com a Dra.
Semiramis, com o Dr. Mario Tannhauser, o Dr. Nelson Gutheil, já referido por V.
Exª, e dizer que, tanto na parte medicamentosa como na parte de Medicina do
Trabalho, na qual também milito, onde a gente tem contato com as indústrias,
vemos a qualidade de vida que é emprestada a todos nós pela indústria química.
Eu gostaria de deixar a minha saudação e dizer da excelente iniciativa de Vossa
Excelência.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato a todos os apartes que
enriqueceram o meu pronunciamento.
Na
realidade, a água que bebemos, o alimento que ingerimos, o remédio que nos traz
a saúde, os cosméticos que ajudam a nossa higiene e embelezam as mulheres,
todos dependem do Químico, e, como diz o Conselho Regional de Química, a vida é
o nosso principal elemento. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Convido o Ver.
Elói para compor à Mesa. Concedemos
a palavra ao Sr. Paulo Fallavena, Presidente do Conselho Regional de Química,
5ª Região.
O SR. PAULO FALLAVENA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, é uma grande satisfação vermos aqui na Câmara de
Vereadores colegas nossos, inclusive de profissão, e acho que há pouca coisa
para falar em função do que todos aqui já falaram, mas eu gostaria de agradecer
imensamente a possibilidade de estarmos aqui representando a categoria dos
Químicos pela passagem dos 50 anos de regulamentação da nossa profissão.
A
nossa categoria é formada por Engenheiros Químicos, Químicos, Químicos de
Alimentos, Técnicos Químicos, Enólogos, etc. Há uma gama muito grande de
atividades profissionais nessa área, e eu gostaria de, em breves minutos, fazer
uma relação da participação do Químico no quotidiano de cada cidadão.
Como
o Ver. João Dib já comentou, quando levantamos pela manhã, lavamos o rosto com
sabonete, escovamos os dentes e usamos água, a participação do Químico é
fundamental, porque ele tratou a água no DMAE, produziu esse sabonete, quando
não-artesanal, na indústria, e quando ele produziu insumos para os dentifrícios
que usamos.
Depois,
quando vamos tomar o café, pela manhã, novamente vemos no leite, no pão, no
café e no açúcar a presença do Químico, onde ele foi partícipe na pasteurização
do leite, no controle da qualidade para ver se o leite estava de acordo com as
normas de higiene; no pãozinho, quando foi produzido o fermento para crescer e
ficar saboroso e em todo o processo de produção do café, onde o Químico
participa ativamente.
Quando
vamos para o trabalho, pegamos o automóvel ou o transporte coletivo, mais uma
vez, o Químico está presente como promotor da produção do combustível; tanto na produção de gasolina, do álcool e
do diesel, foi um químico que esteve
lá na frente, na nossa Petrobras, os nossos Engenheiros Químicos de petróleo. A
própria tinta que pintou o nosso automóvel foi produzida, também, por um
químico.
Então, nós nos locomovemos para o trabalho e, quando
lá chegamos, nos deparamos, mais uma vez, com um químico: a folha em que
expressamos as nossas idéias foi feita numa fábrica de celulose, na Aracruz,
aqui no nosso caso; a tinta da nossa caneta foi produzida, também, por um
profissional da Química.
E quando nós, no final do dia, cansados do trabalho,
chegamos em casa, pegamos um bom vinho para degustar e para relaxar do dia
desgastante, mais uma vez, ali, temos a presença de um químico, o nosso químico
especialista, os Enólogos, que trabalham com o vinho.
Então, para nós, é mais do que claro que a nossa
atividade química é fundamental na vida de cada cidadão. Eu gostaria de,
imensamente, agradecer esta oportunidade e esta homenagem que recebemos aqui na
Câmara. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Eu pediria ao nosso querido Ver. Elói
Guimarães que conduzisse o homenageado até a presença do Ver. João Antonio Dib,
para que seja feita a entrega do Diploma.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h44min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart -
14h52min): Estão
reabertos os trabalhos.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra em Grande Expediente.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós realizamos, nesta Casa,
um Seminário, no dia 02-06, através da Frente Parlamentar da Criança e do
Adolescente, e nós ainda não tínhamos tido a oportunidade de falar sobre ele.
Esteve presente, em especial, a Verª Sofia Cavedon, que, desde o início,
participou do Seminário, e, naquele dia, Verª Manuela, infelizmente, nós
tivemos de fazer mais um minuto de silêncio, nesta Casa, em razão do
assassinato de mais uma menina aqui na Vila do Chocolatão, que foi brutalmente
assinada por um morador da mesma Vila. Juntamente com o Secretário Krieger, com
o Ver. Sebastião Melo, com a Verª Sofia Cavedon, estivemos lá num momento de muita
dor para a nossa Cidade, para as políticas pertinentes às crianças e aos
adolescentes, vendo o desespero daquelas famílias enlutadas, já que, mais uma
vez, nós tivemos uma criança, uma menina vitimizada.
Partindo
do pressuposto do que o Promotor, Dr. Miguel Velasques, falou para nós sobre o
tema que nós estávamos discutindo em relação à modificação da legislação dos
Conselhos Tutelares, eu queria ler o que ele disse, nos dez minutos que eu
tenho, porque eu acho que a fala do Dr. Miguel faz uma síntese do momento em
que vivemos e das políticas que ainda temos de desenvolver. (Lê.): “Eu
iniciaria, primeiro, falando sobre uma questão que eu acho muito importante.
Quem milita na área da infância e da juventude há de concordar comigo no
seguinte aspecto: o assunto criança e adolescente é um assunto que deve ser
prioritário nas nossas discussões pela gravidade do problema, pelas
circunstâncias que isso envolve, inclusive para nós diminuirmos e evitarmos os
índices alarmantes da violência contra criança, como esse que aconteceu,
lamentavelmente, hoje aqui, o fato de uma menina ter sido assassinada. Então,
por isso eu considero da maior importância a discussão e a necessidade de que
nós a ampliemos para que não fique no âmbito só de quem milita na área da
infância e da juventude. Nós precisamos sensibilizar, sobretudo, os nossos
legisladores, os governantes, para que ofereçam políticas públicas mais
efetivas em defesa da criança e do adolescente, porque a criança assassinada,
nesses nove dias atrás, cujo corpo foi encontrado hoje, possivelmente passou
pela rede de atendimento. Se ela passou pela rede de atendimento e terminou da
forma como terminou, não basta prestarmos solidariedade, nós temos é que dar
explicações por que isso aconteceu.
Então,
acho que essa é a primeira reflexão que precisa ser feita, e eu não poderia
deixar de aproveitar este momento para fazer esta colocação. Nós não podemos
dialogar somente entre nós, nós precisamos falar com a sociedade, nós
precisamos ampliar o leque de discussão, a sensibilização dos nossos políticos,
dos nossos governantes, para que possamos ter uma política pública mais
efetiva. E, é por isso que me faço presente aqui, na convicção de que o assunto
hoje é da maior importância, porque, talvez um dos órgãos mais importantes,
hoje, para o desenvolvimento social, econômico e político deste País chama-se
Conselho Tutelar, porque diz diretamente com as questões da criança.
Eu
diria mais, aproveitando uma fala que já foi feita uma vez - nós que estamos na
4ª Jornada Contra a Exploração Sexual, com o Deputado Fabiano, ele colocou
assim: ‘Quer conhecer o futuro deste País? Tire uma fotografia das crianças de
hoje.’ Não que as crianças sejam o futuro, mas serão os nossos adultos. Se
precisamos evitar e queremos evitar episódios como os acontecidos em
São Paulo, não há outra maneira que não investimentos na área da infância e da
juventude. Hoje, São Paulo, para fazer frente ao cumprimento de todos os
mandados de prisão que existem lá, necessitaria construir, pelo menos, dois
presídios por mês.
Aí cabe uma indagação: devemos fazer qual política
nessa área? Uma política mais efetiva de Segurança pública ou uma política
preventiva de investimento na infância?
Um especialista em orçamentos de guerra, eu não vou dar os
números aqui para não ser mentiroso, mas ele fez um cálculo de quanto
necessitaria hoje para terminar com a violência no Rio de Janeiro, orçamento de
guerra. Seriam bilhões, é um dinheiro que... ou uma realidade que não se muda,
porque não há orçamento que chegue para fazer frente a esses problemas.
Então nós precisamos fazer um processo de mudança por meio
de políticas sérias, efetivas, em favor da criança e do adolescente. Essa tem
que ser uma clara opção. Dentro do Ministério Público, hoje, há um
reconhecimento - e não é à toa que também represento aqui o Procurador-Geral de
Justiça -, de que o melhor caminho é o investimento na criança e no
adolescente, como forma de nos resgatarmos como Nação. Tenho certeza” – diz o
Dr. Velasques – “de que os nossos orgulhos, a partir dos próximos dias, vão
estar em alto índice, lá em cima, e a nossa auto-estima também, porque, afinal
de contas, temos a grande possibilidade de nos tornar hexacampeões. Desse
número, é evidente, que eu quero me orgulhar, sou brasileiro, gosto de futebol,
vou torcer pela nossa Seleção, mas existem números dos quais não me orgulho,
como, por exemplo, este País ser o quarto mais violento do mundo; a primeira
causa de mortalidade infantil ser, justamente, a violência contra a criança,
que o lugar mais perigoso para uma criança, até quatro anos de idade, é a sua
própria residência. Dados da ONU; não são do Dr. Miguel Velasques.”
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela Maffei, eu quero
parabenizar e saudar o pronunciamento de V. Exª, mas, em resumo, tudo o V. Exª
está colocando, tenho certeza, pela grandeza das suas colocações, V. Exª também
será favorável ao nosso colégio de turno integral, que será de grande valia para os nossos jovens. Sou grato
a V. Exª.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada,
Ver. Ervino Besson. Esse é o ideal de todos, desde que, no momento que nós
vivermos isso, não seja também exclusão, onde alguns sejam beneficiados e
outros, muitas vezes a própria periferia, por não ter ainda um corpo docente
qualificado, não possam ter essa realidade. Mas, com certeza esse é o ideal de
todos nós.
Dizia
mais, Ver. Ervino Besson, o Dr. Miguel Velásquez (Lê.):”E isso tudo me
envergonha como brasileiro. E lamentavelmente”, dizia ele, “não tenho de falar
aqui do hexacampeonato, tenho de falar aqui de crianças, sobretudo de crianças
vítimas de violência.
E
eu quero contar uma pequena historinha para vocês que aconteceu: houve um
período em que nós estávamos buscando o reassentamento de cinco famílias nas
ilhas, porque eram crianças que não tinham acesso terrestre à escola. Então,
essas crianças tinham de vir de barco, aqueles barcos pequenos, inseguros,
chegavam todas molhadas na escola nesses dias de inverno, e, às vezes, ficavam
uma semana sem comparecer às aulas, porque havia ondas no Guaíba que não
permitiam que fossem estudar. E, mesmo assim, eram crianças que tinham um bom
aproveitamento escolar. E nós estávamos tratando de reassentar essas famílias.
Bom, aí eu fui com o carro do Ministério Público até a região que a gente
estava procurando para ver os terrenos, e tinha ali uma gurizada jogando
futebol e, quando viram o meu carro se aproximar, ficaram ali em volta. Quando
parei com o carro no terreno, nas ilhas, e desci, a gurizada toda sumiu. E aí
havia um menino daqueles mais curiosos, digo até com vezo jornalístico, que,
aos poucos, vinha se aproximando de mim, sempre me olhando, mas não se
aproximava muito, sempre me olhando. Até que a curiosidade dele foi maior do
que o medo; então, ele se aproximou de mim e perguntou: ‘O senhor é do Conselho
Tutelar?’ E eu respondi: ‘Não’. E aí ele disse: ‘Pessoal, podem vir, porque não
é o Conselho Tutelar’. Só que isso é muito triste, porque evidencia o
desvirtuamento do pensamento que as nossas crianças e os nossos adolescentes
têm com relação ao papel do Conselho Tutelar e o papel que a sociedade quer dar
ao Conselho Tutelar” – criminalizando essa instituição tão importante.
“Este
País se notabiliza, hoje, pela violência que pratica contra crianças e
adolescentes; este País tem um sistema de garantias, um sistema de justiça
voltado à criança e ao adolescente infrator, que é a polícia, o DECA - está lá
a Delegada -, que é o Ministério Público, que é o Poder Judiciário. Portanto
nós temos um sistema que faz o atendimento do infrator...” - que não é o papel
do Conselho Tutelar, porque nós mesmos, aqui na Câmara, erradamente,
criminalizamos (sic) o Conselho Tutelar, quando nós não aprovamos as
políticas públicas, na hora de definirmos o “Orçamento criança”, e nós somos
capazes de botar nas nossas Emendas placas para igrejas, somos capazes de ir
contra uma Emenda da Verª Manuela, que era de políticas de prevenção na questão
da gravidez das adolescentes. Nós vimos aqui Vereadores com cara-de-pau, com
políticas desse jeito, trocando por coisas tão importantes, criminalizando (sic)
a criança, que ainda é vista pelo Código do Menor, porque este Código via a
criança pobre apenas como caso de polícia, porque é muito mais fácil passar um
bonde, tirar as crianças e esconder, sem ter políticas de continuidade (sic).
É muito mais fácil nós pensarmos em botar num paredão e voltarmos com a pena de
morte, quando os países desenvolvidos, inclusive Cuba, investem o seu valor
monetário na prevenção.
E
eu quero aqui repetir o que o Dr. Miguel Velasques quis dizer: você quer
conhecer a cara deste País? Não precisa ir muito longe, vá à Vila Chocolatão e
tire a fotografia do rosto de uma criança. E aí, sim, tem que ter vergonha
deste País! E eu não vou ter vergonha se o nosso País não vencer a Copa do Mundo.
Eu vou ter vergonha é se nós, no próximo Orçamento desta Casa, não aprovarmos
em prioridade absoluta as políticas públicas desta Cidade para botar em prática
a prevenção e um futuro digno para todas as nossas crianças e adolescentes.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos
às
Hoje
este período é destinado a homenagear o Hospital Espírita de Porto Alegre,
proposto pelo Ver. Cassiá Carpes, que completará, dia 14 de julho, 94 anos de
sua concessão e, em 25 de dezembro, 80 anos de sua fundação.
Convidamos
para compor a Mesa o Sr. José Jorge da
Silva, Presidente do Hospital Espírita de Porto Alegre, e o Sr. Sady Soares
Salatino, Vice-Presidente do Hospital Espírita de Porto Alegre.
O Ver. Cassiá Carpes, proponente desta homenagem,
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Dr. Goulart; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero aproveitar também para saudar a Georgeta, Diretora de
Relações Públicas, que faz um trabalho brilhante, essa relação pública com a
sociedade.
Este período de Comunicações é para assinalar 94
anos de concessão e 80 anos de fundação do Hospital Espírita de Porto Alegre. O
Hospital Espírita de Porto Alegre foi concebido em 14 de julho de 1912,
resultado do questionamento de um grupo de espíritas que se reuniam
periodicamente na Sociedade Espírita Allan Kardec, que se preocupavam com os
distúrbios mentais enfrentados por expressivo contingente de pessoas
desassistidas, sem nenhuma condição financeira, buscando associar-se a instituições que tratassem ou
fornecessem orientações sobre transtornos psíquicos. A primeira providência
para atingir o propósito de criação de um hospital psiquiátrico foi estruturar
uma comissão permanente com a intenção de estabelecer o projeto e a
viabilização técnica e financeira desse megaempreendimento. O objetivo desses
empreendedores foi realizado 14 anos depois em uma data muito especial, 25 de
dezembro de 1926, quando, oficialmente, inauguraram-se as bases do Hospital.
No início de suas atividades, funcionou em um prédio de
alvenaria, onde atualmente é o Hospital Petrópolis, contando com um quadro
funcional de seis colaboradores, com capacidade máxima de atendimento para 35
pacientes em regime de internação. A crescente demanda de pacientes e a
insuficiência de capacidade de atendimento levou a Diretoria a congregar
esforços e a promover campanhas até adquirir uma área de seis hectares na
encosta do morro Teresópolis, instalando-se, assim, definitivamente, no dia
02-02-1941. Hoje são 16.664 metros quadrados de área construída, totalmente
arborizada e aprazível.
O
Hospital Espírita é especializado em psiquiatria, sendo o maior hospital
psiquiátrico privado filantrópico do Rio Grande do Sul, referência em Saúde
Mental e Dependência Química. Proporciona atenção integral a pacientes que
apresentam transtornos mentais e dependência de álcool e drogas. São quase 80
anos de assistência com relevantes serviços prestados à comunidade gaúcha,
fazendo parte da própria história de nossa Cidade.
Com
a compreensão de que saúde mental é cuidar de diferentes formas e não excluir
as pessoas por serem portadoras de sofrimento psíquico, o atendimento ao
paciente do Hospital Espírita de Porto Alegre é realizado por equipes
multiprofissionais, interdisciplinares de atendimento, que, além do próprio
médico-assistente incluem: assistentes sociais, enfermeiros e técnicos em
enfermagem, farmacêuticos, médicos clínicos e psiquiatras, nutricionistas,
psicólogos, recreacionistas e terapeutas ocupacionais, com plantão médico e de
enfermagem 24 horas, através de Emergência, Ambulatório, Hospital-Dia,
Internação Integral e uma unidade específica para atendimento de Dependência
Química.
Sua
estrutura organizacional é constituída por Conselho Superior e Deliberativo,
Diretoria Executiva e Superintendência, Diretoria Médico-Técnica e Chefias. A
Diretoria do Hospital não é remunerada, seus componentes doam gratuitamente seu
tempo e trabalho à Instituição. Hoje, está assim constituída: José Jorge da
Silva, Presidente; Sady Soares Salatino, 1º Vice-Presidente; Gilson Luís
Roberto, 2º Vice-Presidente; Gilberto da Silva, Diretor Financeiro; Nelson
Sanhudo, 1º Tesoureiro; Elio Grisa, 2º Tesoureiro; Maria Eleoni Gomes Soares,
Superintendente; Solange Maria dos Santos, Diretora Técnica.
Atualmente,
conta com 396 funcionários, distribuídos em funções das áreas técnico-médicas e
administrativa, oportunizando infra-estrutura ao funcionamento de estágios nas
áreas de medicina, enfermagem, psicologia, terapia ocupacional, serviço social
e recreação.
Hoje
- só para se ter uma idéia, Sr. Presidente -, o Hospital Espírita atende 56,8%
de porto-alegrenses; 26,4% da Região Metropolitana; 16,4% do Interior; e 0,4%
de outros Estados. Hoje, 78% de sua capacidade de atendimento é pelo SUS.
Possui 420 leitos, sendo 300 em internação integral.
Essa
é, portanto, a história de uma grande Instituição, o Hospital Espírita de Porto
Alegre, e é, para nós, para esta Casa, para a população de Porto Alegre, para a
população do Rio Grande, e para a população do Brasil, uma satisfação.
Para
finalizar, quero aproveitar a oportunidade para dizer que a Conferência Pública
de Divaldo Pereira Franco, Ver. Ervino Besson, em homenagem aos 85 anos da
Fundação da Federação Espírita do Rio Grande do Sul é entrada franca, com a
doação de um quilo de alimento não-perecível ao Hospital Espírita de Porto
Alegre.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cassiá Carpes, ao
saudá-lo quero saudar carinhosamente o Dr. José Jorge, Presidente do Hospital
Espírita; Dr. Sady Soares Salatino, Vice-Presidente; e a Srª Georgeta, Relações
Públicas, e estender essa saudação muito especial, muito carinhosa, a toda essa
grande família que é o Hospital Espírita de Porto Alegre. V. Exª, com muita
grandeza, Vereador, traz hoje a esta Casa esta homenagem aos 94 anos de
história deste Hospital, uma história marcada por um trabalho extraordinário na
área social. Portanto, que Deus ilumine mais essa caminhada de vocês, por tudo
que vocês têm feito até este momento dos 94 anos, e tenho certeza de que muitos
anos ainda vocês continuarão dirigindo este Hospital e prestando esse relevante
trabalho na área social. Nós, que também somos moradores da Zona Sul,
conhecemos profundamente o trabalho que vocês prestam à nossa população. Ver.
Cassiá Carpes, parabéns e muito obrigado por esta oportunidade de ter-me
concedido o aparte.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Obrigado,
Ver. Ervino Besson. Para finalizar, esta é uma homenagem desta Casa, dos
Vereadores, das Vereadoras, da cidade de Porto Alegre a uma instituição
histórica que, muitas vezes, com muitas dificuldades, mas com a força da
comunidade, não só da região do bairro Teresópolis, mas de toda a Cidade, de
todo o Estado, vem sempre levantando uma bandeira nesse aspecto da Saúde. Esta
Câmara, tenho certeza, em nome da população do Município, do Estado, deixa um
abraço ao Sr. Sady, ao Presidente, à Srª Georgeta, e que nós tenhamos sempre o
compromisso de ajudá-los e, conseqüentemente, de valorizar esse trabalho
espetacular dessas pessoas humildes, trabalhadoras que, como eu disse, são
pessoas que trabalham no voluntariado. Parabéns a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Neste momento, convidamos o Ver. Cassiá Carpes a proceder à entrega dos
Diplomas alusivos à homenagem ao Sr. José Jorge da Silva, Presidente do
Hospital Espírita de Porto Alegre, e ao Sr. Sady Soares Salatino,
Vice-Presidente.
(Procede-se
à entrega dos Diplomas.) (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Ver. Cassiá Carpes.
O Sr. Sady Soares Salatino, Vice-Presidente do Hospital
Espírita de Porto Alegre, está com a palavra.
O
SR. SADY SOARES SALATINO: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Humberto
Goulart; Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
(Lê.): “Sentimo-nos honrados por esta homenagem ao nosso Hospital Espírita
recebida aqui na Casa do Povo porto-alegrense.
Com
80 anos de atividades ininterruptas, o Hospital Espírita de Porto Alegre teve o
privilégio de atender mais de um milhão de pacientes portadores de sofrimentos
psíquicos e dependência de álcool e drogas. Foram anos de muita luta, com
certeza, Sr. Presidente! Mas ninguém poderá negar que foram anos de extrema
gratificação para todos e tantos que ombrearam atividades no nosso Hospital. E
isso nos reporta ao companheiro Dr. Conrado Ferrari, que foi nosso Presidente
por muitos anos e ex-Prefeito de Porto Alegre. Foi o Presidente que transferiu
a sede do hospital para a sua atual localização, e o líder de sua construção,
que se transformou no maior hospital e referência em Saúde Mental do Rio Grande
do Sul.
De
lá para cá, senhoras e senhores, muitas coisas mudaram em nossa instituição.
Atendíamos gratuitamente a centenas de pacientes e conseguíamos ter equilíbrio
financeiro. Hoje, entretanto, não está sendo mais possível, pois o nosso
Hospital Espírita tem convivido com significativo prejuízo mensal de 120 mil
reais.
O
Hospital Espírita de Porto Alegre proporciona o atendimento necessário a seus
pacientes através de equipes técnicas completas. Como instituição filantrópica
de utilidade pública nas esferas municipal, estadual e federal, o nosso
Hospital destina mais de 78% de sua capacidade de atendimento a pacientes do
SUS de todos os rincões gaúchos. Pode-se conhecer a geografia do nosso Estado,
através das ambulâncias que trazem necessitados diariamente ao nosso Hospital.
A
área de atendimento do Hospital Espírita abrange 80 Municípios gaúchos, com uma
população de mais de 4 milhões e 300 mil habitantes, correspondendo a 40% da
população total do nosso Estado.
Nosso
maior objetivo é continuar prestando um serviço de qualidade aos portadores de
sofrimento psíquico e de dependência de álcool ou de drogas, independentemente
de credo, raça, sexo ou de posição social, preparando-os para o seu retorno ao
convívio na comunidade familiar e social, atendendo assim às novas Leis da
Reforma Psiquiátrica.
Presidente
Dr. Goulart, sentimo-nos honrados por esta homenagem aos nossos 80 anos, que
representa muito para nós, vinda desta Casa, pois, em realidade, os senhores
representam sempre um marco na nossa Cidade, propugnando para que o nosso
Hospital Espírita tenha a sua razão de vivência.
Por
isso, senhoras e senhores; mais uma vez, Sr. Presidente, Dr. Goulart, nosso
amigo querido; Ver. Sebastião Melo, Ver. Ervino Besson e demais Vereadores,
recebam o nosso fraterno muito obrigado, e que Deus, na sua magnificência, no
seu amor, no seu encanto pela humanidade, possa abraçar sempre esta Casa que
trabalha pelo povo do Rio Grande do Sul. Muito obrigado, senhores.” Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Ver.
Cassiá Carpes, esta Mesa quer parabenizá-lo por esta lembrança tão importante
neste momento difícil da Saúde no Brasil.
Nós
temos que saber que o Hospital Espírita de Porto Alegre é um hospital ímpar;
primeiro, porque é um hospital de muitos e muitos leitos: são 420 leitos, 78
dos quais dedicados ao Sistema Único de Saúde - SUS, ou seja, ao povo da nossa
terra.
O
Hospital Espírita passou por um momento de grandes dificuldades, e, aqui nesta
Casa, Ver. Cassiá, com o seu voto, nós aprovamos um Projeto que temporariamente
complementava a diária do SUS, com o estudo feito pelo Hospital Espírita do que
seria o mínimo necessário para manter, com o mínimo de dignidade, um alienado,
uma pessoa que sofre das faculdades mentais. A Prefeitura, à época, negou, não
aprovou o nosso Projeto. Veio para esta Casa, e foi votado novamente;
derrubamos o Veto da Prefeitura, mas de nada adiantou; foi lá para aquela
gaveta, para onde vão todos os Projetos aprovados aqui e que são negados no
Palácio.
Agora,
senhores e senhoras, nós ficamos sabendo que temos de fazer uma luta muito
grande para manter o Hospital Espírita longe das dificuldades, porque é quase
único no seu mister; eu até diria que no âmbito público é o único no seu mister
aqui na cidade de Porto Alegre.
E
a que temos, também, de estar atentos? Quando faltam leitos na Rede Pública,
quando as pessoas se amontoam, ainda hoje, nos serviços de emergência, às vezes
é para as grandes clínicas privadas que o Governo dirige o dinheiro da compra
das diárias, se esquecendo do Hospital Espírita, que lá está a oferecer 80% dos
seus leitos, com dificuldade, para a Rede Pública, para as pessoas que têm
sofrimento em seu pensamento.Temos de estar atentos quando faltarem leitos na
Rede Pública, quando estiverem lotados os leitos do SUS do Hospital Espírita,
para que seja no mesmo Hospital Espírita que se comprem as diárias que são
compradas para as clínicas particulares psiquiátricas, que não precisam tanto
desse dinheiro em Porto Alegre.
Então,
eu quero parabenizá-lo, Ver. Carpes, sempre atento à sua comunidade, atento às
causas da saúde, no que me irmano a ele. E também quero fazer um cumprimento
aos nossos amigos Salatino e José Jorge, enviando para o nosso grande amigo
Lauro Varella, que tanto trabalhou para aquele Hospital, o nosso abraço
fraterno. Muito obrigado pela atenção, Srs. Vereadores.
Estão
suspensos os trabalhos, para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h27min.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 15h32min): Estão reabertos os trabalhos.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr.
Presidente, nesta época de ênfase da mídia, os canais de comunicação, através
de seus programas, têm um papel decisivo na constituição, inclusive, da opinião
das pessoas. E o Brasil acompanhou, nos últimos anos, uma das atividades de
humor crítico dos mais importantes da televisão brasileira, que é um programa
questionado por muitos, mas que, seguramente, tem influenciado a nossa
sociedade, o programa Casseta & Planeta. E a morte de um dos seus principais
expoentes, Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, foi uma morte lamentada pelo
País, pois ele tratava de temáticas políticas muito atuais; e estava cobrindo,
neste momento, um evento esportivo brasileiro máximo que é a nossa participação
na Copa do Mundo. Então, a morte do Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, eu
acho que impactou todos nós. Então, eu queria pedir a V. Exª um minuto de
silêncio nesta Casa, em referência à morte do Bussunda.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicito
ao Plenário e aos nossos visitantes que, de pé, façamos um minuto de silêncio
para o nosso brasileiro ilustre, recentemente falecido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Maria Celeste solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 19 a
22 de junho. A Mesa declara empossado – uma vez não assumindo Marcelo Danéris,
Guilherme Barbosa, Gerson Almeida – o Suplente, Ver. Mauro Pinheiro, nos termos
regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos
e Segurança Urbana.
O
Memorial faz mais uma visita orientada, no Projeto Novos Horizontes, parceria
SESI/SENAI, e aqui recebemos, junto com as Professoras Ivanise Mâncio e Ieda
Pellegrini, a turma de Marcenaria, com vinte educandos, que faz parte do
Projeto Educação Política do Memorial desta Casa, a quem apresenta e solicita a
nossa homenagem. (Palmas.)
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver.
Humberto Goulart, Presidente da Casa; Srs. Vereadores e Vereadoras, pretendo
dedicar o meu tempo para destacar talvez um dos melhores trabalhos que já se
fez em nosso Estado. Eu estou a referir o Caderno Especial produzido pelo
jornal Zero Hora, com o apoio do Banrisul, orgulho gaúcho, e Claro/Nokia. Este
trabalho - e todos compramos - traz os Municípios gaúchos, os Municípios do Rio
Grande, as principais atrações daqueles Municípios, com dados extremamente
importantes: população, área, atividades-símbolo, festividades, produtividades,
etc., do referido Município. Portanto, são os nossos 496 Municípios que estão
neste Caderno Especial, produzido pelo jornal Zero Hora, que tem uma utilidade
extraordinária; primeiro, para quem viaja, e, mormente, neste momento da vida
brasileira, em que precisamos ter alguns elementos na mão, quando se chega a um
determinado Município, na campanha política, por exemplo. É um trabalho tão
rico, tão importante, que tem de ser destacado e transcrito nos Anais da Casa.
Eu mandei comprar vários exemplares de Zero Hora para ficar com o Caderno
Especial. Este material tem de ir para as escolas, para as bibliotecas, dado o
conjunto de informações que envolvem o Estado do Rio Grande do Sul. Queremos
destacar a importância deste trabalho, a sua forma manejável, inteligente. É
uma verdadeira radiografia do Estado do Rio Grande do Sul naquilo que tem de mais
significativo, que são seus Municípios.
Sou
municipalista. Tenho, reiteradamente, dito que defendo uma federação de
Municípios, porque no Município é que está o chão, está a vida, as tradições.
O
Estado, com o devido respeito, como a própria União, como órbitas, são ficções,
e o Município é o que tem de real. É ali que a vida se dá, é ali que estão os
problemas; é ali, por assim dizer, que se conhecem as pessoas. Se tivéssemos
uma federação fortemente assentada no principio federativo, nós, por certo, teríamos
ganhos significativos.
O
dinheiro, o passeio do dinheiro público, é muito caro, e ele promove, não digo
promove, mas ele pode determinar o que se chama - e que nós queremos combater -
de corrupção.
Então,
era preciso, exatamente, que no Município ficasse a maioria das competências, que
no Município ficasse exatamente a maioria das ações, porque isso sairia barato
para a população. É no Município que pulsa, efetivamente, a realidade de uma
cidade do nosso Estado.
Portanto, este trabalho magnífico feito pelo jornal
Zero Hora, com o apoio já mencionado do Banrisul, de Claro e Nokia, merece o
registro que ora fazemos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pela facilidade com
que nos entrega uma série de dados para viajar, por exemplo, daqui de tal lugar
a tal Município, quantos quilômetros? “X” quilômetros. Vamos pegar
exemplificativamente, rapidamente, aleatoriamente, peguei aqui Uruguaiana -
população: 134 mil, 928 habitantes; área: 5.715.078 quilômetros quadrados;
distância da Capital: 649 quilômetros. Na Cidade em que o orgulho gaúcho se
destaca ocorre o festival que busca manter acesa a chama do tradicionalismo, a
Califórnia da Canção Nativa é conhecida por destacar a cultura gaúcha. E por aí
se vai.
Cada Município tem, por assim dizer, a sua
singularidade, o seu ponto relevante. Portanto, as nossas homenagens ao jornal
Zero Hora, ao Banrisul, à Claro, à Nokia por terem produzido esta magnífica
obra de consulta permanente. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): Obrigado,
Excelência. A Presidência e a Mesa querem se juntar à sua anotação com relação
a esse importante documento político-econômico da nossa terra. Está de parabéns
o Jornal. Quase todos nós estamos comprando vários exemplares porque precisamos
ter guardado conosco este documento, porque alguém há de nos pedir mais
adiante. Um documento importante, Ver. Dib.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maristela Maffei.
O SR. MAURO PINHEIRO: Primeiro,
quero cumprimentar o Dr. Goulart, Presidente da Câmara; nobres Vereadores e
Vereadoras, pessoal da tribuna, as pessoas que nos assistem através da
TVCâmara. Quero aproveitar este espaço comunicar que foi formada a rede de
mercados - Rede AMMPA -, que é uma forma associativa. Dizer que, inclusive, a
luta pelo associativismo, a formação de redes de cooperação na nossa Cidade e
no nosso Estado foram causas da minha votação e da minha disposição para
concorrer a esta Câmara. Também faço parte desta Rede AMMPA. Quero informar que
no próximo dia 28 de junho, na Av. Fernando Ferrari n.º 1.001, no Pavilhão 05,
às 19h30min, a Rede AMMPA estará inaugurando a sua sede administrativa dentro
da Ceasa. Convido esta Casa, em nome do nosso Presidente, e todos os
Vereadores, para que lá estejam presentes. É um passo importante dentro do
associativismo, pois, por meio deste novo espaço dentro da CEASA será possível
comercializar produtos em conjunto, em forma de central de compras. Um grande
avanço para os pequenos empreendedores. Também a Rede AMMPA tem feito parte,
junto com o Governo do Estado e com o SEDAI, de um Programa de Rede de
Cooperação, que são pequenas redes de cooperação que estão se juntando e
formando as UNIREDES. Trata-se também de um processo bastante importante dentro
do associativismo e dos pequenos empreendimentos, tendo em vista que, hoje, com
a globalização, nós, os pequenos comerciantes, temos tido cada vez mais
problemas, como já foi comentado pelos Vereadores Ervino Besson e Adeli, e que
têm-nos defendido.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, quero saudar o seu
pronunciamento e cumprimentá-lo pelo belíssimo trabalho que V. Exª desempenha
nesse segmento do pequeno e médio comércio. Sem dúvida nenhuma, essas redes
trarão grandes benefícios aos nossos pequenos e médios comerciantes, que são os
que mais empregam, e quem vai ganhar com isso é a nossa população de Porto
Alegre. Parabéns pelo seu trabalho, parabéns por mais esse espaço que foi
conseguido na nossa querida Central de Abastecimento do Estado do Rio Grande do
Sul, a CEASA. Muito obrigado.
O SR. MAURO PINHEIRO: Nobre Ver.
Ervino Besson, como eu estava comentando, estamos desenvolvendo essa luta desde
a época de campanha, quando já pregávamos pela criação de empregos através das
redes. Não tenho dúvida de que os pequenos empreendimentos são os que mais
empregam na nossa Cidade, no nosso Estado, e no nosso País. A Rede AMMPA foi
uma das pioneiras nesse sentido, e tem desenvolvido na Cidade cada vez mais essa
luta de empregos por meio das redes. Nós, agora, estamos buscando um novo
espaço, que é essa compra em
conjunto, e dentro da CEASA isso será muito importante para todos nós.
Também
quero colocar, aproveitando a oportunidade, que transita nesta Casa um Projeto
de Lei, de minha autoria também, que se chama Projeto Integrar, estabelecendo
uma melhor distribuição dos produtos do setor primário em relação às redes de
cooperação. Muito obrigado pela atenção de todos.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Nereu D’Avila.
O
SR. DR. GOULART:
Agradeço ao Ver. Nereu a oportunidade desta fala, pois o nosso Partido, o PDT,
nos últimos anos não tem conseguido se sobressair no panorama nacional,
aparecendo um pouco mais aqui no Rio Grande do Sul, perdendo muito o espaço que
tinha na ex-capital da República, Rio de Janeiro, e se desenvolvendo bastante
também na Capital dos gaúchos - Capital da Legalidade -, que outrora foi a
Capital, por uns momentos, do PTB, portanto do início do PDT.
Eu acho da maior importância que o PDT comece a se
apresentar em cenário nacional. É importante que dispute as eleições e que volte
a trazer o legado que começou ali, com Getúlio Vargas, passou, de maneira
maiúscula, por João Goulart, chegando até Brizola e Collares. Eu fiz questão de
dizer estes nomes, porque se nós tivéssemos que ter um candidato a Presidente
da República, teríamos que passar por estes nomes. A maioria deles já é finada.
Então, aparece em nosso Partido um homem que se desenvolveu
muito bem na política nacional quando foi Governador de Brasília, que é
Cristovam Buarque. Por que a chegada de Cristovam Buarque é importante? Porque
ele apresenta possibilidade de representar o PDT como Presidente da República.
E o PDT precisa levar a sua mensagem trabalhista para a nossa sociedade, porque
a comunidade brasileira deve ao trabalhismo um Governo da República, porque João
Goulart teve interrompido o seu trabalho. Os americanos, instituições muito
conservadoras, enfim, uniram-se a alguns segmentos e derrubaram o Presidente da
República, que foi o único Presidente da República que apresentou um plano de
Reforma Agrária para o País. Todo mundo fala em Reforma Agrária, mas ninguém
apresenta plano. Ele mandou um plano para o Congresso, taxou remessa de lucros.
Era o homem do salário mínimo, era o Presidente do povo do salário mínimo. E o
Brasil deve um Governo que não deu a Brizola, ao trabalhismo; então, que tenha
que ser por Buarque. É o homem que mais se apresenta com características e
credenciais para unir o Partido em todo o País.
Mas
nós temos que estar atentos que também chegou a época da mulher ser mandatária
neste País. Os políticos homens cuidaram da política deste País por decênios e
terminou nesta corrupção inenarrável do Centro do País. Mas foram todos
absolvidos. Mais corrupção ainda! Entrou o Judiciário permitindo tudo isso que
aconteceu. Temos que ter uma mulher! É a época da mulher! E como para
Presidente da República nós não poderíamos ter uma mulher, porque não temos no
PDT uma mulher conhecida, nós temos na Ação da Mulher Trabalhista a nossa
Miguelina Vecchio, que vem fazendo a luta das minorias, a luta das mulheres. A
luta do trabalhismo vem visitando todo este Estado e caminhando para
fora de nossas fronteiras, pelo País, mostrando a importância da mulher para a
comunidade. É época de termos uma governante mulher; se não pudermos ter uma
Presidenta da República neste momento, que botaria esta Casa em ordem, que
botaria a corrupção bem longe do serviço público, que nós representamos, temos
que nos cuidar cada vez mais dos políticos corruptos.
Miguelina Vecchio certamente poderia ser candidata
a Vice-Presidenta da República. Cristovam Buarque, Presidente; Miguelina
Vecchio, Vice-Presidente. Uma mulher que vem da estirpe dos Vecchios, que já
foram Deputados desta terra e já mostraram um belo trabalho para o povo do Rio
Grande do Sul e para o trabalhismo; ela, que trabalha bastante pelas mulheres,
trabalhará pelos homens que se encontram um pouco órfãos nesta caminhada
política, porque aqui no Rio Grande do Sul não tocou tanto a corrupção, não
tocou quase nada, mas no Centro do País tocou demais. Precisamos de uma mulher,
Presidenta ou Vice-Presidenta. Eu, que tenho trabalhado toda a minha vida ao
lado das mulheres, tenho que começar a entender o valor que elas me passaram
neste tempo todo de médico ginecologista, de médico comunitário de mulheres:
elas precisam ter um lugar ao sol, e quem tem que ser Vice-Presidenta, pelo
PDT, é a nossa querida Miguelina Vecchio.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Quero saudá-lo e dizer que aqui no Estado
V. Exª terá uma grande oportunidade de votar na Vice-Governadora, Jussara Cony.
Muito obrigado.
O SR. DR. GOULART: É época das
mulheres. Não é só o PDT que fica atento, o Comunismo também começa a ficar
atento e lança uma mulher a Vice-Governadora. É época das mulheres; os homens
do Brasil estão órfãos de uma maternidade; as mulheres quase não estão
envolvidas em falcatruas, em corrupção, quando muito dançam de maneira até
engraçada no Congresso, isso foi o máximo de ruim que fez uma mulher, a
“Deputada-bailarina”, aliás, não muito estética. Precisamos de Buarque
confirmado como o Presidente do trabalhismo, vindo das esquerdas, vindo do PT,
um homem que trabalhou muito bem e que está preocupado com a escola de tempo
integral. E Miguelina Vecchio, vinda diretamente da Ação da Mulher Trabalhista,
de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, para Vice-Presidenta do Brasil.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Dr. Goulart reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito
obrigado, Ver. Luiz Braz.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Mônica Leal.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Vereador-Presidente, para terminar o seu
discurso de uma maneira maravilhosa, só faltou V. Exª dizer que nós vamos
realmente ter uma mulher governando o Rio Grande do Sul, a nossa querida
Deputada Yeda Crusius, que é candidata, que reafirma a sua candidatura sempre
que pode se dirigir ao seu público; e V. Exª, se me permitir, eu vou mandar
cópia do seu discurso para a nossa candidata, porque ela vai ficar realmente
muito ufana em saber que aqui o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre
defende essa idéia de que uma mulher – e ela realmente é uma mulher com todas
as qualidades que nós poderemos querer em uma governanta – venha a dirigir os
destinos do Rio Grande do Sul.
Mas, Vereador-Presidente, os jornais deste final de semana
noticiaram algo que eu acredito que deva ter chamado a atenção de todos nós que
somos representantes da sociedade porto-alegrense. As crianças que estão nas
ruas da nossa Cidade e que, Verª Sofia Cavedon, por mais que os governantes, ao
longo do tempo, tenham anunciado políticas para resolver os problemas dessas
crianças, elas continuam ainda sendo infelizes, freqüentam as ruas de nossa
Cidade sem ter nenhum tipo de horizonte, sem poder sonhar de forma nenhuma com
algum tipo de futuro. (Lê manchetes de jornais.): “Menino do morro não
freqüenta escola.” “Um rebelde desafia educadores.” “Trabalho à prova de pedradas.” “O
esforço invisível: o mutirão para tirar crianças da rua.”
Eu
quero dizer, meu querido amigo Ver. Sebenelo, que é meu companheiro de Bancada,
que nós estamos cobrando - nessa altura dos acontecimentos - uma resposta do
nosso Prefeito Municipal. Eu faço parte, o meu Partido faz parte da base do
Governo, mas eu acredito que muito pouco, Verª Neuza Canabarro, se fez em
benefício da criança. E não é só o Governo atual, nós vamos apanhar os Governos
passados e vamos ver que foi possível se fazer muito pouco em benefício das
crianças.
Nós estivemos várias vezes visitando uma
escola que existe na Zona Sul de nossa Cidade que trata exatamente de crianças,
rapazes, menores, que estão se profissionalizando, que querem se
profissionalizar; e eu levei uma proposta para o Prefeito Fogaça para que ele
aceitasse cem vagas abertas nessa escola da Zona Sul, a fim de que nós
pudéssemos colocar lá cem meninos das ruas de nossa Cidade. Eu me lembro que o
Prefeito Fogaça me fez um questionamento: “Mas será que essa escola vai aceitar
qualquer criança das ruas?” Porque os problemas são muitos e nós sabemos que
essas crianças trazem uma série de problemas difíceis de serem tratados por uma
escola. Eu voltei até a escola, fiz esse questionamento e a escola está
disposta, Ver. João Antonio Dib, a aceitar qualquer criança enviada para essas
cem vagas, a fim de que nós possamos, quem sabe, começar a enfrentar este
problema, que é das ruas de nossa Cidade, mas é um problema de cada um de nós,
Ver. Carlos Todeschini, porque, afinal de contas, eu acredito que, independente
de Partidos políticos, nós somos cidadãos desta Cidade e temos de encontrar
respostas, soluções para esses problemas que se vão avolumando.
Eu
forneço um aparte a V. Exª, Ver. Carlos Todeschini.
O
Sr. Carlos Todeschini:
Obrigado pelo aparte, Ver. Luiz Braz, agradeço e cumprimento V. Exª também pela
fala. E também lhe peço apoio a uma iniciativa que a Escola Calábria - também
nessa direção, sei que V. Exª também a tem visitado – fez, há poucos dias,
protocolando, junto ao Secretário da Acessibilidade, a busca da criação de
transporte para as crianças portadoras de necessidades especiais ou portadoras
de deficiência, para que, por meio do transporte, elas possam viabilizar a
inclusão na escola profissionalizante. Já está com o Secretário o pedido
encaminhado pela Escola. Obrigado.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sempre
sou parceiro dessas lutas, Ver. Carlos Todeschini, no momento que V. Exª
quiser, nós iremos juntos à Secretaria de Acessibilidade. Faço o contato lá com
o Secretário de Acessibilidade e lhe prometo dar uma resposta o mais
rapidamente possível. Mas eu estou cobrando uma resposta do Prefeito Fogaça,
para que seja resolvido, pelo menos, o problema dessas cem vagas para essas cem
crianças, para esses cem jovens, porque eu acho que seria o início, pelo menos,
de um solucionar de problemas dessa área da criança, do menor, do jovem
abandonado nas ruas desta Cidade, e, quem sabe, Vereador-Presidente, estaríamos
iniciando o combate a essa grande chaga, que eu entendo ser uma grande nódoa
dentro de cada um nós, qual seja, tantos jovens abandonados à mercê do destino
nas ruas desta Cidade, transformando-os, quase sempre, em marginais, que vão
fazer com que a sociedade do futuro fique pior ainda do que a sociedade do
presente.
Então,
aqui da tribuna da Câmara Municipal, pacientemente, pois já faz tempo que eu
trabalho com essa matéria, Ver. Goulart, eu faço mais uma cobrança, porque sei
da qualidade do Prefeito Fogaça, sei da boa vontade que ele tem, para que ele
possa dar uma resposta a este Vereador e à Escola Calábria com relação a essas
cem vagas, para que nós possamos começar a retirar as crianças carentes das
ruas desta Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregoamos a Emenda de Líder nº 01/06, de
autoria do Ver. José Ismael Heinen, ao PLL nº 291/05. (Lê.): “Dá nova redação
ao caput do art. 1º do PLL nº 291/05,
que passa a ter a seguinte redação:
Art.
1º: Fica criado o Cadastro Geral da população sem moradia própria, com o
objetivo de mapear as necessidades habitacionais em regiões da Capital e
diminuir o déficit da área, através da implementação de políticas e projetos
habitacionais que atendam às condições financeiras da população.
Justificativa:
A Emenda ora apresentada visa sanar a redação do caput do art. 1º do PLL nº 291/05, incluindo a criação do
Cadastro.”
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Paulo Odone.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
pediria licença ao Ver. Luiz Braz para continuar na sua brilhante oratória,
porque ele me convidou para ir até o Prefeito Municipal, uma tarde, e fomos,
junto com a Direção do Educandário Calábria, Ver. Todeschini, e lá,
indiscutivelmente, há uma proposta de recuperação dessas crianças de rua, que
foi apresentada para o Sr. Prefeito. Independente de ser de situação ou de
oposição, vamos cobrar do Sr. Prefeito essa proposta, porque o Ver. Braz, com a
nobreza que o caracteriza, me convidou para ir junto, num trabalho
exclusivamente seu, e nós fomos até o Prefeito.
Ver. Braz, a Fernanda me passa um e-mail que
é muito difícil falar, porque ela termina com a seguinte frase: “Rodrigo Pavan,
me desculpa, querido.” É muito difícil a emoção toldar o discurso, quando as
questões de Segurança explodem do nosso lado, dentro dos lares das pessoas que
mais amamos. Não tem mais questão de classe social! Se nós temos as questões
sociais como o desemprego, como uma questão de Estado, mas uma questão direta
de Segurança, nós temos o espaço urbano e a distribuição do ser humano no
espaço com um processo de canibalização nas grandes cidades! Temos a nos comer
por uma perna o crime-negócio, com armas, com contrabando, com sonegação e com
tráfico de tóxico! Temos inúmeras outras causas, entre elas as questões de
bem-estar social, em que o que se faz com o idoso aqui no Brasil chega muito
próximo à ignomínia! Mas temos ainda outra causa, Fernanda, que é o péssimo
exemplo do Estado brasileiro adotando, como uma certa esperteza do Estado, a
criminalidade, participando dessa criminalidade, estimulando a criminalidade,
sentando em cima dos processos contra a criminalidade. E essa é uma das maiores
causas da criminalidade! Não só a impunidade, não, mas a ativa participação dos gabinetes no ar-condicionado e
carpetes elegantes, e festas inesquecíveis, indiscutivelmente, pela sua ação,
pela sua omissão, o Estado brasileiro é também responsável direto e fabricante
indiscutível de um percentual altíssimo da criminalidade brasileira.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Sebenelo, V. Exª acabou de citar um fato lastimável que nós
temos que repudiar, a morte do Rodrigo Pavan há dias. Mas tal como ele, outros
jovens na Cidade perderam suas vidas; e o incrível é que alguns desses fatos
não tiveram a dimensão que esse teve. Talvez por ser uma pessoa de uma família
conhecida; talvez por ter ligação com alguém da Polícia, porque ele era genro,
se não me falha a memória, de um delegado. Como não lembrar da morte do
Gabardo, jovem, 21 anos, em Canoas, que sumiu das páginas dos jornais, porque
está mais do que evidente, já disse desta tribuna, que ali há uma grande
disputa nessa questão do transporte, e que há uma nebulosidade em torno disso?
Eu
só queria lembrar esse caso como também o de Max Oderich e outros que perderam
suas vidas, e disso nós não podemos esquecer jamais. Agradeço Vossa Excelência.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: O seu aparte foi enriquecedor do meu
discurso. E eu queria terminar dizendo, Ver. Braz, que a sua atitude em busca
da solução de um dos problemas mais graves da Cidade, indo ao Sr. Prefeito e
oferecendo uma solução, é talvez o que nós necessitemos agora, porque, entre as
cinco causas, há uma quinta, que é a questão da Educação Infantil. A cidade de
Porto Alegre fabrica - Verª Neuza Canabarro, V. Exª, que é educadora -, em
condições industriais, numa estatística constrangedora, um número fantástico de
novos habitantes das FEBEMs e das prisões, porque as nossas creches rejeitam,
certamente por superlotação, a sua lotação, ou o dobro até, em favelas mais
populosas. E essa situação nós vivemos diariamente, e depois fica difícil falar
em segurança; resta apenas a pergunta: qual é a solução? Nós não sabemos, mas
já sabemos as causas e, principalmente, seria de uma demagogia de muito mau
gosto dizer que eu tenho a solução, porque é mentira. Na verdade, qual a solução,
além do pranto, além do choro? Vamos sair em busca dessa solução? Sim. E essas
causas não podem mais ser esquecidas pela sociedade. E o voto é uma arma para
mudar isso!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.
A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Professor Garcia.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Dr.
Goulart; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores; senhoras e senhores que
nos acompanham nesta tarde, nós concluímos, na semana passada, o Relatório da
Comissão Parlamentar de Inquérito que apura as Licenças Médicas no Município de
Porto Alegre. E muito foi falado, mas consideramos importante que esta Casa
tome conhecimento das recomendações, porque a nossa Comissão Parlamentar de
Inquérito fez um diagnóstico, e eu aqui faria um destaque com muita
dificuldade, porque, a cada Sessão, nós ficávamos na expectativa de conseguir o
quórum - já agradeci aqueles Vereadores que nos ajudaram a manter o quórum.
Então, foi um trabalho muito sofrido, mas conseguimos chegar ao final, mas não
como gostaríamos. Eu considero que, no mínimo, 20% do trabalho ficou
prejudicado; poderia ter sido muito melhor, mas aqui se tem um diagnóstico e
recomendações.
(Lê.):
“Diante dos fatos constatados pela CPI, recomenda-se que, para a
responsabilização daqueles que descumpriram a Legislação de regência, a
Administração Pública Municipal adote as seguintes medidas: Instaure
sindicância administrativa visando apurar as responsabilidades pelo
descumprimento da Lei Complementar n.º 478, de 26 de setembro de 2002,
quantificando o montante de remunerações suportadas pelo Município, que
deveriam ter sido compensadas por ocasião do recolhimento das contribuições
previdenciárias e repasse de recursos do Município ao Previmpa, nos casos de
licença-saúde por mais de 15 dias consecutivos; instaure sindicância
administrativa para levantamento do custo de vale-transporte e vale-refeição
recebidos por servidores em licença em desacordo com a Legislação de regência;
instaure sindicância administrativa para apurar as condições de licença à
servidora desde 2003, conforme o apontado na alínea b do item 5 supra em
relação a estar exercendo função em empresa privada em licença-saúde no
Município; instaure sindicância administrativa para apurar o fato de que
assistentes sociais não estariam cumprindo suas funções na Restinga.
Recomenda a CPI: que os exames médicos de caráter pericial
passem a integrar a estrutura do Previmpa; que seja cancelada imediatamente a
orientação que permite às escolas aceitarem atestados de um dia, sem
necessidade de comunicação à Biometria; que as informações da Biometria, quanto
às licenças concedidas, sejam comunicadas de imediato às escolas ou a setores
administrativos; que sejam adotadas medidas visando impedir que a licença de um
servidor determine o fechamento da farmácia do Centro de Saúde Navegantes; que
sejam criadas equipes multidisciplinares para atuação preventiva em relação à
saúde do servidor; que se cumpra, sob pena de responsabilização pelos prejuízos
porventura causados ao Município, a Lei Complementar n.º 478; criação de
legislação específica para os servidores municipais estatutários nos moldes da
Lei Federal nº 6514/77; transformação dos NASS em ambulatórios de atendimento
médico, com pelo menos um médico do trabalho e um médico clínico; criação
dentro dos NASS de equipes técnicas multiprofissionais, atuando em programas de
prevenção à saúde, tomando como exemplo os procedimentos utilizados na Câmara
Municipal através da Resolução de Mesa nº 305, de 12 de maio de 2004 (quando na
presidência a Verª Margarete Moraes); criação, na Prefeitura, de uma política
de prevenção à saúde e segurança do trabalho; instituição de ginástica laboral
para os servidores; fornecimento de medicamento aos servidores com salários
baixos; modificar a competência da Equipe de Perícia Técnica da GSSM,
permitindo à mesma exigir e fiscalizar as mudanças nos ambientes de trabalho
detectados nos PPRA das Secretarias e Departamentos, para planejar, desenvolver
e executar, juntamente com os demais órgãos da Prefeitura, ações que permitam incidir sobre a melhoria das condições de trabalho e saúde do servidor
público municipal; programar, coordenar e executar atividades de
desenvolvimento e capacitação, na área de saúde e segurança”.
Consideramos que era de suma
importância passar aos nossos Vereadores que não participaram da Comissão e que
ainda não detêm um exemplar do nosso Relatório as recomendações que foram
feitas à Prefeitura de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
N. 6958/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 480/03, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Antonio Nunes Vieira um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
N. 6960/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 481/03, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Hortencio Machado de Lima um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
N. 2998/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 125/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Isidoro Bettio o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 5026, localizado no Bairro Hípica.
PROC.
N. 3077/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 131/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Ocimar Antônio Pereira o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 5031, localizado no Bairro Hípica.
2ª SESSÃO
PROC. N. 3003/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 128/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Praça Jornal Correio Brigadiano e Praça Waldemar Pinheiro os logradouros
públicos cadastrados, respectivamente conhecidos como Praça “Um” – Q “E” –
Loteamento Vila Nova Restinga (4ª UV) e Praça “Um” – Q “F” – Loteamento Vila
Nova Restinga (4ª UV), localizados no Bairro Restinga.
PROC. N. 3026/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 077/06, de autoria do Ver. Paulo Odone, que concede a Comenda Pedro Weingärtner
ao Artista Plástico Velcy Soutier da Rosa.
PROC. N. 3208/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 078/06, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que concede o prêmio literário “Érico
Veríssimo” ao Poeta e Escritor Fabrício Carpinejar.
3ª SESSÃO
PROC. N. 7299/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 329/05, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua
Prof. Bolivar Fontoura um logradouro público não-cadastrado, localizado no
Bairro Vila Nova.
PROC. N. 2909/06 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 018/06, que altera a redação do artigo 2º, “caput”, da Lei
Municipal n. 7.765, de 16 de janeiro de 1996, revoga o parágrafo 1º e
acrescenta outro ao artigo. (altera parcelamento/alienação de próprios)
PROC. N. 2975/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 115/06, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que autoriza o
tráfego de táxis e lotações de Porto Alegre nos corredores de ônibus, nos
horários de maior fluxo de veículos.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu continuo pensando que nós não precisamos de tantas leis,
mas este é o País das leis. No primeiro dia de Pauta, há quatro processos de
denominação de logradouros, dois de um Vereador; dois de outro Vereador.
No segundo dia de Pauta, também há
uma denominação de logradouros, do Ver. João Carlos Nedel, denominando, num
mesmo Projeto, dois logradouros. É uma maneira sensata, econômica e sem nenhum
desprestígio para quem se pretende homenagear e para que, na oportunidade, se
faça a solenidade que queira se fazer.
Mas, por outro lado, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu fico preocupado, porque está na Ordem do Dia
de hoje para ser votada, sim, a Emenda à Lei Orgânica proposta por este
Vereador, que pretende que a votação de projetos de denominação de logradouros
- a não ser que haja alguma exceção, seja requisitada a votação em Plenário -
seja aprovada em duas Comissões, na Comissão de Constituição e Justiça e na
Comissão de Educação. Aprovada nas duas Comissões, considera-se o Projeto
aprovado, e ele passa a ter efeito de lei, sem nenhuma preocupação.
E se isso vier a ser realidade, este Vereador vai
fazer um pedido de alteração do Regimento Interno para que ocorra apenas uma
Pauta sobre denominação de logradouros, porque, assim, nós estaremos poupando
tempo, papel e dinheiro para o povo de Porto Alegre; nós vamos gastar menos. Os demais Projetos de Lei não têm senão
homenagens. O Prefeito pretende fazer uma alteração numa Lei Municipal,
permitindo um parcelamento maior para a alienação de imóveis do Município, o
que é uma coisa muito boa, já que, em seis prestações, não houve interessados.
Agora o Prefeito está propondo em até 36 prestações. Alguns imóveis estão há
mais de dez anos para ser alienados, e a Prefeitura não consegue... E antes que
esses terrenos sejam invadidos, antes que esses terrenos sirvam para outros
fins, é conveniente que eles sejam vendidos e os recursos aplicados em
habitação popular, como, parece, preceitua a Lei que autorizou a alienação
desses imóveis do Município.
Esses,
Sr. Presidente, são os comentários que eu desejava fazer sobre a Pauta do dia
de hoje. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Vereadores, Vereadoras, em Pauta o Projeto do
Executivo do nosso Município, que prevê uma alteração na Lei n.º 7.765, de
janeiro de 1996. Esta Lei prevê a venda de imóveis do Município para terceiros.
O Sr. Prefeito, José Fogaça, encaminha este Projeto a esta Casa, alterando,
dizendo que a venda dos imóveis será feita à vista ou em até 36 parcelas iguais
e sucessivas, vencendo-se cada uma de 30 em 30 dias, sendo a primeira no ato do
contrato de compra e venda, e o saldo será reajustado pela variação do Índice
Geral de Preços de Disponibilidade Interna - o IGPDI - ou, no caso da extinção
desse índice de reajuste, pelo que o substituir, até o efetivo pagamento; e
será acrescido, ainda, além desse índice de reajuste, o percentual de 1%. E a
avaliação do preço de venda será sempre feita a preço de mercado, por ocasião
da elaboração do edital de licitação.
Eu
entendo, Sr. Presidente, que o Prefeito quer, sempre, andar, evoluir na nossa
Legislação, alterando o que for necessário para a defesa do Tesouro Municipal e
também para a defesa da arrecadação do nosso Município, para que isso reverta
em favor da população.
Esperamos
então que seja apreciada e votada por esta Casa esta alteração que, com
certeza, foi bem estudada pelos técnicos do nosso Município.
Como
o Ver. João Antonio Dib falou, há um Projeto de minha autoria, que denomina
duas praças lá do bairro Restinga de Praça Jornal Correio Brigadiano e Praça
Waldemar Pinheiro.
Bem
disse o Ver. João Antonio Dib que nós podemos encaminhar Projetos para esta
Casa em conjunto: um, dois, três ou mais, num mesmo processo, num mesmo
Projeto, e isso, Ver. Sebenelo, agora é possível, porque houve uma evolução no
nosso sistema de informática, que previu essa possibilidade de serem incluídos
vários códigos de logradouros nos nossos Projetos. Eu encaminhei, aqui, esses
dias, um Projeto de oito, nove, ou dez denominações de ruas, num mesmo Projeto.
Então, Vereador, isso já foi uma evolução para esta Casa.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª é testemunha de que não
mudou a nossa Legislação, e, no entanto, a minha tentativa de fazê-lo,
exatamente como V. Exª está fazendo agora, foi rejeitada por esta Casa,
inclusive de uma forma personalista, de uma forma absolutamente inaceitável.
Graças a Deus, a luz começa a se fazer na Casa! Meus parabéns.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Eu tenho certeza de que V. Exª foi injustiçado naqueles Projetos que V. Exª
encaminhou, mas, como eu lhe disse, a nossa informática, o nosso processo
legislativo foi aperfeiçoado, e ainda bem que isso aconteceu, e ainda bem que
nós estamos crescendo e acelerando os Projetos nesta Casa. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, dentre os Projetos
que estão tramitando nesta Casa – são muitos Projetos, e nós estamos exatamente
no momento de discussão preliminar dos Projetos em andamento –, eu queria fazer
uma rápida referência a um Projeto de autoria da Verª Sofia Cavedon, que dá
Prêmio ao jovem escritor, poeta e contista gaúcho Fabrício Carpinejar.
Eu
havia tido a mesma idéia da Vereadora, fiquei muito feliz em saber que já está
tramitando na Casa, porque eu acho que o Rio Grande do Sul é um Estado que se
projeta em nível nacional e internacional, entre tantas outras coisas, pela
qualidade dos seus escritores, dos seus romancistas. É muito gratificante ver
que essa tradição dos grandes escritores brasileiros, dos grandes poetas se
perpetua pelas novas gerações, pelas gerações de tantos homens e mulheres que
dão prosseguimento a essas expressões da nossa cultura, que é o romance, que é
a poesia; e eu acho que o Carpinejar é um desses poetas, é um desses
escritores, talvez um dos maiores escritores dessa geração. Portanto eu acho
que uma homenagem desta Câmara é nada mais do que a expressão do reconhecimento
da sociedade gaúcha ao trabalho desse jovem escritor e romancista, filho de
dois grandes escritores, dois grandes poetas.
Eu
queria também fazer um rápido comentário em relação ao Projeto do Executivo,
que é um Projeto que trabalha dentro da visão que a nossa Prefeitura vem
trabalhando, de permitir a solução de problemas de inadimplência, que é
exatamente dentro da preocupação de criar condições para que as pessoas possam
operar com o Executivo de acordo com as possibilidades de cada segmento, de
cada setor econômico. Eu acho que dentro desta visão está o Projeto do
Executivo, que prevê o pagamento parcelado em até 36 vezes. É uma lei que se
refere à questão dos imóveis de nossa Cidade, uma área extremamente vulnerável
da sociedade porto-alegrense. E eu acho que a ampliação das condições de
pagamento em até 36 vezes, por parte dos usuários que necessitam dessa
ampliação de prazo de pagamento, possibilita a regularização dos imóveis,
possibilita o ajuste das contas entre os setores privados, individuais e a Prefeitura.
Acho que ela cria a possibilidade de alienação dos próprios municipais em
parcelas muito mais condizentes com a realidade financeira das pessoas do nosso
Município. Há inúmeros outros Projetos de Lei, alguns, inclusive, de
reconhecimento público à contribuição de nossos munícipes. Mas eu encerro por
aqui, resgatando essa postura de parcelamento das contas públicas como a forma
de fazer com que as pessoas regularizem a sua situação com o Poder Executivo
Municipal.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereadora. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, este é o
primeiro Prêmio que encaminho este ano e tenho como prática, encaminhar poucas
homenagens e prêmios, e, às vezes, surpreendo-me como as pessoas, Verª Clênia,
dão valor e se emocionam com as homenagens encaminhadas por esta Casa; mas, por
outro lado, eu acho que a sociedade tem uma expectativa diferente desta Casa,
então muita quantidade de prêmios e homenagens desvirtua o sentido do
Parlamento. E acho que nós temos aqui uma representatividade tão bonita, tão
plural, nas diferentes inserções que trazemos à luz, à tona, damos beleza,
damos vez a diferentes manifestações culturais, movimentos sociais, e assim
faz-se necessário, às vezes, ações que ficam na surdina, que ficam
desconhecidas pela Cidade, e são trazidas à luz e valorizadas pelos prêmios da
Casa.
Este
Prêmio, para a minha surpresa, Verª Clênia, que fez a menção, é muito desejado,
claro, é o Érico Veríssimo, não é qualquer um, mas é um Prêmio - depois fui ver
a lista dos agraciados -, de fato, que demonstra que todos que o receberam
desta Casa são de grande estatura.
Eu
considero o Fabrício Carpinejar uma pessoa já amiga minha. No ano passado, fiz
um convite a ele para que participasse de um sarau que faço todos os meses, e
ele foi extremamente solícito, é uma pessoa simples, próxima, humilde,
maravilhosa no jeito de ser. Eu me orgulho de ter as poesias dele e devorá-las,
porque são poesias concisas, contundentes, ele usa palavras do nosso dia-a-dia
para simbolizar sentimentos tão profundos ou dramas - Verª Margarete, que é da
Cultura - tão fortes da nossa vida.
Eu
li, durante o final de semana, o livro de Crônicas dele, e eu comentava com a
minha família que ele consegue mostrar para nós como é bela a nossa vida, nas
pequenas coisas da nossa vida, nos pequenos detalhes da nossa companheira, do
nosso companheiro; a felicidade que está nas pequenas relações, na valorização
da relação. Considero o Fabrício, de fato, um poeta; dos jovens, o mais
significativo da nossa produção gaúcha, dos mais densos, dos mais complexos e
dos mais inovadores. Ele é filho da Maria Carpi e do Carlos Nejar; a Maria é menos
conhecida, mas também faz poesias belíssimas. Os dois já receberam, da Casa, o
Prêmio Érico Veríssimo. O Carpinejar - a união dos dois sobrenomes – tem uma
trajetória única, só dele, uma poesia nova, lindíssima, contundente e que nos
ajuda a nos sentir gente, a nos sentir bonito, sentir que a nossa felicidade
corriqueira, que a nossa vida que não é de estrela, a nossa vida que não é de
Globo, de cinema, é uma vida muito linda, muito cheia de felicidade, muito
cheia de sentimento. Ele se coloca contra a banalização das relações, se coloca
contra a banalização da vida, valorizando cada detalhe, cada sorriso, cada
aspecto da beleza do humano.
Então,
acho que a Casa vai ser, inclusive, valorizada ao conceder este Prêmio ao
Fabrício Carpinejar. Ele também é escritor e, além de poeta, é jornalista,
crítico literário, apresentador de televisão, “blogueiro” - o blog dele
vale a pena ler, há belíssimas crônicas -, é coordenador do Curso de Formação
de Escritores da Unisinos. E eu quero registrar, compartilhando com vocês,
quando, em um dos saraus, eu tive que lhe dizer: “Fabrício, não te conhecia
pessoalmente, eu te considerava um velho”. Porque o Fabrício consegue traduzir
– a gente pensa que é ele que viveu – emoções de casais casados há muitos anos
e emoções de casais de primeiro encontro. Ele disse que vive, na verdade, como
se fosse uma esponja que passa o tempo inteiro absorvendo as emoções do seu
lado; não consegue estar em um restaurante sem estar sentido, ouvido o que está
acontecendo.
Então,
ele é um gênio, um brilhante gênio da nossa literatura, da poesia, e que nós
devemos valorizar, porque esse menino, quando crescer, vai dar coisa muito boa!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, queria falar a respeito da forma de pôr nomes em
ruas. As pessoas portadoras do senso comum, muitas vezes, chegam nessa
gravíssima acusação à Câmara Municipal de Porto Alegre de que aqui só se dá
nome de rua. Se fosse só isso, não seria tão grave assim. Como se dar nome de
rua fosse considerada uma atitude obscena, ou desonesta, ou corrupta, ou
disfarçada. Não, o nome de rua se dá, se vota, se toma posição e,
principalmente, se faz história. Não só a história da cidade, a história
universal, mas ela é absolutamente indispensável, porque é através do nome de
rua que o seu morador é condecorado com a cidadania, porque a sua propriedade é
registrada em cartório. Ele tem direito a ressaltar e dar especificidade onde
ele mora, e isso é uma questão de exigência individual. Ele tem direito a
carteiro; na cidade de Porto Alegre, por exemplo, há oito ruas chamadas Alfa,
então, quando chega com essa destinação, nenhum carteiro sabe a qual delas
deverá ser endereçada, só se conhecendo o missivista.
Por
outro lado, alguns nomes que deveriam, pela sua beleza, enfeitar as nossas
ruas, muitas vezes não foram aceitos, porque só poderia se pôr nome de rua de
pessoas, o que é um verdadeiro absurdo. Quando eu tentei pôr nome das
constelações num pequeno conjunto residencial, no Rubem Berta, esta Casa negou,
votou contra o nome de rua. Então, nome de rua é muito importante, porque fala
da história, fala das pessoas. As cidades se caracterizam pela sua geografia,
pela sua forma, pelo seu jeito, inclusive de se comparar a outras cidades, mas
principalmente pela sua gente, pela qualidade de vida, pela forma como dão
vazão aos seus instintos religiosos, culturais. Isso não pode ser negado a uma
cidade. A contribuição que o nome de rua dá para a nossa Cidade, é uma tarefa
de grande nobreza desta Casa. E essas pessoas que ficam criticando dessa forma
a Casa, são as primeiras, depois, a chegar nos gabinetes dos Vereadores e pedir
para colocar nome de rua de pessoas da sua intimidade, da sua família, da sua
vizinhança. Passam, então, a mudar de opinião e saber que isso é um processo
trabalhoso, sim, dá trabalho e, principalmente, tem de haver critérios, e os
critérios estão nas Leis. Mas há outros critérios, em que se inclui o bom
gosto, especialmente a justiça a determinadas pessoas que tem de ter seu nome
perenizado nas cidades. Pessoas, por exemplo, que se compromissaram com o
ensino, com a saúde, com a segurança, com tantas coisas que, hoje, são
problemas gravíssimos e de grandes desafios; pessoas que dedicaram sua vida a
tratar das crianças, a conhecerem melhor o céu, a transportar pessoas. Em todas
as profissões há destaques que merecem, indiscutivelmente, não só figurar e ter
o seu nome numa placa, mas saberem a sua história e a sua imensa contribuição a
uma cidade que devolve, em cidadania, em nome de rua, a consideração que nós
teremos à sua história, e a história dos nossos futuros descendentes que
passarão a gostar do nome de uma rua, que, às vezes, tem o nome de uma flor;
que, às vezes, tem o nome de uma árvore; que, às vezes, tem um nome de mulher.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, para fazer um registro:
as ruas denominadas com as constelações estelares foram aprovadas pela Casa e
vetadas pelo Prefeito João Verle; alguns dos Vetos foram derrubados nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Está acolhido o registro.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, no dia 14 passado, um Vereador desta Casa fez aqui um inflamado
discurso em que, perdido, sei eu, entre “ilúcidas” elucubrações, fez-me algumas
agressões, tomando como motivo o meu Projeto, aprovado na Casa, que proíbe o
uso de fumígenos em recintos fechados de uso coletivo.
Tenho,
agora, mais um motivo de pena dos fumantes, pois, além de serem vítimas de seu
próprio vício, que lhes compromete a saúde comprovadamente, estão mal
representados, quando alguém tenta defender o seu legítimo, porém lamentável,
direito de fumar. Que o cigarro faz mal à saúde, todo o mundo está cansado de
saber. Portanto, o meu Projeto teve um propósito só, que é o de proteger a saúde
da população, em especial a dos não-fumantes, dos fumantes passivos, que
recebem 4.720 substâncias tóxicas e, dessas, 80 são cancerígenas.
O
meu Projeto original apresentava alguns problemas, sim. Juntamente com órgãos
da sociedade - o Ministério Público, o Sindicato dos Hotéis, Bares e
Restaurantes, a Associação Médica do Rio Grande do Sul -, pretendi corrigi-los
através de Emendas. Por exemplo, no texto original, os responsáveis pelo
estabelecimento onde alguém fumasse seriam punidos. Ouvindo as razões dos
responsáveis pelos estabelecimentos, concordei com que não seria justa a tal
punição e tratei de apresentar Emenda para corrigir o texto neste sentido. Fiz
mais três Emendas da mesma natureza, ou seja, aperfeiçoando o texto, inclusive
com a colaboração técnica da Diretoria Legislativa, para melhor defender a
saúde dos porto-alegrenses, mas não para agradar uma meia dúzia que vem aqui
com uma faixinha, como disse o Vereador, que, com isso, pretendeu desqualificar
a representação da Associação Médica do Rio Grande do Sul, uma das mais sérias,
representativa e respeitada instituição médica do Brasil. Mais: o Secretário
Estadual da Saúde. Mais: o Secretário Municipal da Saúde. Mais, Dr. Raul: o
Procurador-Geral do Estado e, também, o Ministério do Trabalho, preocupado com
a saúde do trabalhador nesses ambientes de elevado consumo de cigarros.
É uma pena, Vereador, que V. Exª tenha chegado a
esse ponto triste. O meu Projeto foi estudado e discutido com a sociedade,
sendo fruto de uma profunda e séria reflexão, através de seminários, de
audiências e de inúmeras reuniões.
Posso também compreender a motivação dos fumantes,
como disse antes: são vítimas do seu próprio vício. E o ilustre jornalista
Paulo Sant’Ana, que escreveu a respeito em sua coluna, estava defendendo o seu
vício, e isso é natural e democrático. Mas não consigo entender que um Vereador
gratuitamente faça uma agressão descabida, deselegante e inapropriada a um
colega. Quando um Vereador agride um colega está cuspindo para cima: a sujeira
cai toda sobre a cabeça do agressor. O Vereador, antes de fazer a crítica que
fez, talvez devesse ler o Decreto nº 2.018, que regulamenta a Lei nº 9.294 que
trata do assunto. Está no Decreto prevista a possibilidade da legislação local.
Era o que eu estava fazendo com
o meu Projeto.
Mas,
o pior: o Vereador nem sequer teve o trabalho de ler a Emenda n.º 04, que
revogava Leis, sim, revogava Leis Municipais. São seis ou sete Leis Municipais.
Todas deveriam ser cumpridas, ou a última Lei que sintetizava todas elas? Nunca
se pretendeu revogar a Lei Federal. Poderia, ao menos, ter lido a Emenda, para
não dizer palavras inverídicas neste plenário. Apenas foi usada a possibilidade
de acompanhar a Legislação Federal, exercendo a faculdade legislativa própria
deste Parlamento, e que o Decreto nº 2.018 reconhece. Mesmo não sendo um douto
ou mesmo um estudante do primeiro ano de Direito, eu costumo ler e estudar o
que me é apresentado para discussão e para votar, para não passar, isso sim,
pelo vexame que o Vereador passou ao criticar acerbadamente a Emenda n.º 04,
sem ao menos ter lido.
O
Vereador falou em lobby. No meu entendimento, o lobby é uma
expressão legítima da sociedade. E foi usado nesta Casa, na semana passada,
quando veio toda a comunidade do Clube de Mães da Batista Xavier defender um
Projeto do seu interesse. Eu acho isso normal e democrático, a não ser que o
Vereador tenha outro conceito sobre lobby.
E,
para encerrar, Sr. Presidente, o mais incrível é que o Vereador chamou o meu
Projeto de besteirol. O mais incrível é que, apesar disso, o Vereador votou a
favor do meu Projeto. O Vereador votou a favor do meu Projeto! E, Sr.
Presidente, a minha intenção era só deixar às claras. Sou um cristão, não
guardo rancor, apenas desejo que a verdade seja conhecida e reconhecida pela
sociedade e especialmente por esta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Senhores e senhoras, informo a presença entre nós do ex-Prefeito de Gravataí,
nosso prezado Daniel Bordignon, a quem peço a nossa saudação. (Palmas.)
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra em Tempo Especial.
O
SR. RAUL CARRION:
Excelentíssimo Ver. Dr. Goulart, demais Vereadoras e Vereadores, na
segunda-feira passada, quando do retorno da nossa representação em Brasília, na
reunião do Conselho das Cidades, nós comunicamos que oportunamente faríamos,
aqui, um relatório circunstanciado como é do nosso feitio. Então, passamos às
informações.
Tivemos
nos dias 7, 8 e 9 de junho, em Brasília, a primeira reunião do Conselho Nacional
das Cidades, eleito, e, na sua posse, na ocasião, tomaram posse 86 conselheiros
titulares, entre eles, quatro representando os Legislativos Municipais, sendo
que eu tive a honra de ser um dos quatro nessa condição.
Esse
Conselho foi eleito na II Conferência Nacional das Cidades, ocorrida no final
do ano passado, durante a posse, com a presença do Ministro Márcio Fortes de
Almeida.
Foram
muitos os pronunciamentos dos diversos segmentos, resgatando, em primeiro
lugar, a importância que o novo Ministério das Cidades, Ver. Dr. Raul, passou a
ter; pela primeira vez as políticas urbanas deixaram de ser tratadas de forma
desintegradas: transporte, pelo Ministério dos Transportes; habitação, pela
Caixa; saneamento, pela Saúde; passou-se a trabalhar de forma integrada os
diversos aspectos.
Também
foram ressaltados os grandes avanços através do Conselho das Cidades, entre
eles a aprovação de uma política nacional de habitação, o envio para o
Congresso de um projeto de uma política nacional de saneamento, a política no
campo do parcelamento do solo tem também um Projeto caminhando no Congresso, e
assim por diante.
Também foi ressaltado o grande crescimento dos recursos
nessa área. Só em saneamento, entre 2003 e 2005, Verª Manuela, foram
contratados 7,2 bilhões de reais - uma quantia recorde. E só no ano de 2006,
está prevista a contratação de 3,8 bilhões de reais. Chegaremos, até o final do
Governo Lula, Ver. João Dib, que é um engenheiro, que é estudioso da questão de
saneamento, com a contratação de mais de 10 bilhões de reais - algo que este
País nunca assistiu em Governo algum.
Também
no campo da regularização fundiária, Ver. Ismael, só o programa Papel Passado
levou à regularização, entre 2003 e 2006, de um milhão de famílias, sendo 600
mil com os títulos concedidos, e 364 mil com os títulos registrados.
Os
recursos para habitação, neste ano também serão recordes, Ver. Todeschini - que
vem atuando na Comissão em cima desse problema. São 12 bilhões de reais dos
órgãos públicos, entre Fundo de Garantia, Caixa Econômica Federal, e mais sete
bilhões do setor privado.
Da
mesma forma, essa reunião do Concidades, após a posse, aprovou as normas para a
escolha do Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social.
Conselho Gestor que terá 24 membros: 12 do Governo Federal e 12 da sociedade.
Foram aprovadas diversas resoluções, entre as quais destacamos a Resolução que
recomenda ao Governo Federal a aplicação de três bilhões de reais no Fundo
Nacional de Habitação de Interesse Social para o próximo ano. Desse um bilhão
deste ano, foram contemplados 138 Municípios, beneficiando 180 mil famílias,
principalmente na área de palafitas. Também foi aprovada a inclusão das
associações e cooperativas habitacionais entre as entidades que podem acessar o
Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, e foi aprovada uma Resolução
dando o prazo de seis meses, Ver. Garcia, para que os Municípios e os Estados
criem os Conselhos Municipais das Cidades, que vai ser condição para acessar os
recursos do Fundo Nacional. Porto Alegre ainda não criou, Ver. Garcia, o
Conselho Municipal das Cidades, e deve aligeirar-se para que tenhamos acesso a
esses recursos. Peço a V. Exª, Ver. Garcia, que é a base do Governo, que leve à
agilização disso.
Por fim, foram também instalados os quatro Comitês
Técnicos do Conselho das Cidades, sendo que este Vereador foi eleito para fazer
parte do Comitê Técnico da Habitação, que irá tratar principalmente dessa
questão tão séria que é a habitação popular em nosso País. Foi feito um plano de
trabalho do Comitê Técnico de Habitação, onde as questões como despejo,
regularização fundiária, o direcionamento dos recursos orçamentários do Fundo,
e uma questão que está em discussão hoje no nosso Estado, Ver. Dib, que são as
ocupações abaixo das linhas de alta tensão, que é um problema existente em todo
o Estado e em todo o Brasil e que o Conselho das Cidades, através do Comitê
Técnico, irá debater e encontrar a solução, para que seja uma solução não só
para o Rio Grande do Sul, mas para todo o País, porque é um problema
extremamente importante.
Nós, além deste relatório que entregamos, estamos
encaminhando à Casa todos os anexos e subsídios necessários. Vejo que o Ver.
Dib está com um sorriso de satisfação com o nosso relatório que ele sempre lê
detidamente, tenho certeza. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Está encerrado
o período de Pauta.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidente dos trabalhos, nesta tarde, digníssima Verª Margarete Moraes; Exmos
Vereadores, Vereadoras, cidadãos de Porto Alegre; uso o espaço de Liderança, em
nome do Partido da Frente Liberal, para trazer e registrar na memória desta
Casa a notícia da realização, na manhã de hoje, de um ato público em que
cooperativistas se reuniram, se uniram - e vão-se unir cada vez mais - para
proclamar um grito em prol da libertação do perigo que está por acontecer com a
Lei do Cooperativado neste País.
O Governo Federal encaminhou
um Projeto de Lei, por iniciativa do Poder Executivo, que está tramitando no
Congresso, em Regime de Urgência, que vai ser votado até o dia 25 de junho. É
um Projeto que vai fazer uma diferenciação da Lei do Cooperativado, das
cooperativas de trabalho em relação às demais cooperativas: da OCERGS, da
Federação da Frente de Trabalho. Todos que participaram, hoje, do encontro de
uma proclamação nacional pediram que a Câmara Federal rejeite o Pedido de
Urgência e que deixe este Projeto de Lei tramitar para que ele possa ser
discutido, porque ele entende, e nós entendemos também que é extremamente
danoso a esse processo de cooperativismo, que é um dos mais perfeitos que nós
temos no mundo atual, que é a Lei do Cooperativismo.
Não
há sistema no mundo, hoje, que possa se comparar com a estrutura das leis do
cooperativismo. Se falarmos em estrutura de autogestão, se falarmos em
estrutura democrática, se falarmos em democracia participativa, se falarmos em
igualdade de oportunidades, de resultados - um monte de outras atribuições -, o
cooperativismo o defende, o cooperativismo faz.
O
que nos surpreende, Srª Presidenta, é essa rapidez com que o Governo Federal,
intransigente ao pedido dos cooperativistas, encaminha este Projeto,
diferenciando e desfazendo a simbiose do cooperativismo, ao retirar o parágrafo
único do art. 442. Ele desmancha o relacionamento do cooperativado com a
cooperativa e com as terceirizações do mercado de trabalho. O que fazem as
cooperativas de trabalho hoje? Nada mais do que pedir o direito de trabalhar, o
direito de criar empregos. O nosso Governo Federal prometeu a criação de 10
milhões de empregos durante o seu Governo, e não chegou a metade deles. E
quanto não deve ter gasto - Ver. Ervino Besson - para chegar a metade dos 10
milhões de empregos prometidos? E, agora, eu pergunto: quanto gasta o Governo
Federal ao deixar que as cooperativas criem empregos no mercado de trabalho?
Não gasta um centavo. Não existe capital. Esse é o único ramo que faz com que o
benefício seja do trabalhador; não é uma relação entre empregado e empregador,
em que o empregador fica com o benefício final. No ato público de hoje, ficou
constatada, claramente, a indignação dos cooperativistas, a revolta para com o
sistema político - que eu estou trazendo aos senhores -, principalmente das
cooperativas que criam empregos no mercado de trabalho, os discursos, a união
que deverá ser feita em torno dessa bandeira, pois o desenvolvimento brasileiro
necessita muito do cooperativismo. Se nós compararmos o Brasil com outros
países, nós veremos que a relação é a mesma: o baixo índice de crescimento do
Brasil é proporcional ao desenvolvimento do cooperativismo perante as outras
nações.
Então,
Srª Presidenta, Srs. Vereadores, eu deixo, aqui, em nome do Partido da Frente Liberal,
o nosso repúdio a essa intempestiva colocação do Poder Executivo em querer
votar essa matéria em época que precede o recesso e, principalmente, as eleições. Esses
dias falaram que talvez tivesse um projeto do Poder Municipal andando e que
fosse por causa das eleições: este talvez seja um Projeto por causa das
eleições, porque o cooperativismo “não se dobra a espinha de ninguém”, porque o
cooperativismo tem autonomia, ele se rege por leis que lhe foram concedidas
democraticamente pelo povo brasileiro. Obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao
Ver. José Ismael Heinen.
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
Pois eu acho que o nobre jornalista Paulo Sant’Ana
tem razão, porque nós todos somos a favor da saúde. Quem não sabe, hoje em dia,
que o fumo faz mal à saúde, quem não sabe? As leis estão aí, têm de constar nas
próprias propagandas de cigarro dizendo que faz mal à saúde. Agora, aqueles que
fumam, até gostariam de deixar de fumar, mas às vezes não conseguem. Então
temos de respeitá-los; aí querem excluí-los, transformá-los em vítimas de uma exclusão e, ressalvada a
saúde dos não-fumantes. Os fumantes têm direito de exercer também, e apesar de
ser contra à sua saúde, tem que dar-lhes o direito de exercer o que acham que
devem exercer, que é o uso do fumo. Então, o Ver. Nedel pede o Veto do Prefeito
porque esta Casa teria estragado, maculado, enfim, que o seu Projeto teria sido
prejudicado pela Emenda ou pelas Emendas; o Vereador pede. Só que aí é ele que
não está sendo democrático, pois não estava aceitando que fosse apresentada uma
Emenda, que teve aprovação da maioria desta Casa – aí é ele que não está sendo
democrático!
E
mais: eu acho que houve uma confusão generalizada e, em nome lato sensu
da saúde - que nós todos defendemos -, nós estávamos cometendo uma injustiça,
desde que ressalvada essa saúde por salas que mantenham o direito dos fumantes,
desde que não prejudiquem os não-fumantes, nós estávamos revogando esse direito
das minorias, quando as minorias, democraticamente, também têm que ser, não só consideradas,
como respeitadas.
Por
isso eu quero dizer que não deveríamos mais mexer neste assunto. Como ficou,
está bem. Vetado ou não, existem leis diversas em Porto Alegre que asseguram o
direito das minorias, sem prejuízo dos que fumam; não desrespeitamos a Lei
federal que fala nisso, e, portanto, não podemos mudar essa Lei federal, porque
não temos essa competência, e não vamos fazer demagogia com a imprensa, de que
em nome da saúde se quer salvar a Pátria. Não! Nós, aqui, todos pensamos, todos
temos opiniões e todos queremos o bem-estar dos cidadãos, das cidadãs, apesar
do mal que o fumo faz à saúde. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois
não, Ver. Adeli Sell.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Margarete Moraes, cumpre-nos o doloroso momento de anunciar aqui a morte de um
conhecido desta Casa, Sr. João Caminha, que por muitas vezes esteve aqui
conosco tratando das questões do Porto Seco, ele acaba de falecer, e o seu
enterro será amanhã, e pelo seu trabalho em defesa da Cidade, do Porto Seco e a
relação amistosa que tinha para com todos os Vereadores aqui desta Casa, eu
pediria um minuto de silêncio em memória do Sr. João Gonçalves Caminha.
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço
a manifestação do Ver. Adeli Sell e peço permissão para incluir nessa homenagem
o respeito desta Casa ao grande artista Henrique Leo Fuhro que nos deixou,
infelizmente, na semana passada.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A
Verª Manuela d'Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, primeiramente eu gostaria de registrar, Ver. Carrion, a minha
estranheza com duas matérias que foram veiculadas nesta segunda-feira, com
relação a uma Lei que recentemente aprovamos nesta Casa, sancionada no dia 6 de
junho pelo Prefeito José Fogaça, quando nós podemos identificar
fundamentalmente duas questões.
A
primeira delas quanto ao entusiasmo da juventude, dos estudantes de Porto
Alegre, com a aprovação e execução da Lei da Meia-Entrada, indo aos cinemas,
procurando as salas de teatro, justamente demonstrando aquilo que
argumentávamos quando defendíamos - o Ver. Carrion, o Ver.
Paulo Odone e eu - a
aprovação da Lei da Meia-Entrada, a retomada do direito ao uso da meia-entrada
na cidade de Porto Alegre.
E
a outra questão junto ao fato do entusiasmo - Ver. Nereu, que também foi um
parceiro nosso na aprovação -, a falta de execução da Lei no que diz respeito
aos documentos exigidos aos estudantes. As duas matérias traziam como um fato
de desesperança, na realidade, uma imprudência com relação à Lei, os donos de
cinema exigindo diversos documentos que não são os documentos que constam na
Lei que os 36 Vereadores desta Casa aprovaram. Portanto, eu acho que nós
devemos ser atentos.
Se
o nosso papel é fiscalizar também, Ver. Dib, o cumprimento das leis, nós não
podemos tolerar que o presidente do Sindicato dos Exibidores de Cinema fale
naturalmente para um jornal que está descumprindo uma lei! As leis são leis, e
descumprir leis, independente de qual ela seja, é igualmente grave. Nós não
podemos ver isso exibido como se fosse algo natural, como se fosse algo
tranqüilo. Não é tranqüilo, esta Casa, tenho a convicção, vai exigir o
cumprimento da Lei nos termos em que a Lei foi aprovada! Nós não somos eleitos
e não aprovamos leis para sindicato mudar depois. As leis devem ser cumpridas
conforme foram aprovadas por Vereadores que são eleitos pela maioria do povo.
Sindicatos, entidades representativas, todas são entidades legítimas, de
representação da sua categoria, mas não para fazer lei, não para alterar lei no
curso da sua execução.
Portanto,
eu tenho a convicção que tanto nós Vereadores como as entidades estudantis que representam
um segmento da nossa sociedade, como as juventudes partidárias, todas que
vieram a esta Casa dialogar com as Bancadas dos seus Partidos para que
aprovassem a Lei da Meia-Entrada, assim como tenho a convicção, Verª Clênia
Maranhão, que o Governo de Porto Alegre também nos auxiliará na busca para o
cumprimento da Lei, que todos nós seremos parceiros e queremos ver esse
entusiasmo da juventude, dos estudantes em ir aos cinemas, em buscar as salas
de teatro, aliados, sim, Ver. João Antonio Dib, com a execução das leis
conforme essas são aprovadas por aqueles que têm, legitimamente, a função na
sociedade brasileira de fazer as leis. E no nosso Município somos nós,
Vereadores, e nenhuma outra pessoa, personalidade jurídica ou física.
Também
gostaria de registrar que nesse feriado - como é comum para nós militantes,
para nós que, além de Parlamentares, temos uma vida política de luta na
sociedade brasileira - nós tivemos o 13º Congresso da União da Juventude
Socialista, entidade que eu presido no nosso Estado e que teve seu Congresso
Nacional em Brasília. O lema do nosso Congresso, Ver. Todeschini, era “A
estrada vai além do que se vê”, para mostrar que a nossa luta é maior do que
aquilo que fazemos e conseguimos enxergar em cada dia, mas que construímos uma
perspectiva de Brasil e queremos construir um Brasil para além daquilo que os
nossos olhos conseguem enxergar, e daquilo que as nossas mãos conseguem apalpar
concretamente nos dias de hoje.
Um
dos momentos, um dos ápices do nosso Congresso - um Congresso que teve 100 mil
mobilizados e filiados em todos os 26 Estados e no Distrito Federal, um
Congresso que marcou a duplicação do tamanho da nossa juventude, da JS no
Brasil -, um dos pontos mais altos foi a visita do Presidente, Luiz Inácio Lula
da Silva. E, devo dizer, Ver. Todeschini, também presentes tantos outros
Ministros - o Ministro da Educação, Fernando Haddad; o Secretario Nacional de
Juventude, Beto Cury; outros Ministros, e os diversos Partidos políticos que
compõem o Governo Lula nesse ato, Vereador João Antonio Dib. Nós pudemos
enxergar que o nosso trabalho, nos últimos dois anos, desde o ano em que
aconteceu o nosso último Congresso, foi vitorioso!
Gostaria de destacar - nós não somos ufanistas, mas é bom
ouvir quando as pessoas reconhecem o nosso trabalho – que um dos momentos mais
importantes foi quando o Presidente da República e o Ministro da Educação
reconheceram que o trabalho de juventude no nosso País, que as políticas
públicas relacionadas à juventude em nosso País são uma realidade e passam a
mudar e a criar condições para transformar a realidade da juventude brasileira,
a partir da luta, da organização e da plataforma política da gloriosa União da
Juventude Socialista, entidade da qual faço parte, sendo membro da sua Direção
Nacional.
Ouvir
o Presidente da República reconhecer, não numa reunião pequena, mas num
grande ato político, com mais de três mil delegados da nossa organização, de
que nós somos, sim, responsáveis por vitórias concretas neste País, de que nós
somos, sim, a juventude responsável pela aplicação, pela legitimidade que o
Prouni alcança hoje na juventude brasileira, nos deixou cheios de entusiasmo e
cheios de convicção de que, se a gente não consegue ver o final da estrada,
Ver. João Antonio Dib, é apenas porque ela vai além do que a gente vê e não
porque ela não existe. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Parabéns,
Verª Manuela d’Ávila, Presidente da União da Juventude Socialista do Rio Grande
do Sul.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereadora
Margarete Moraes, presidindo os trabalhos; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu quero fazer um registro inicial, o Ver. Luiz Braz já trouxe o
tema para cá, e eu quero dar continuidade, mais uma vez, porque de fato é
preocupante o tema da situação de rua na cidade de Porto Alegre.
Nós
já viemos à tribuna, Ver. Luiz Braz, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, e já dissemos: o Governo Municipal está devolvendo quase dois
milhões de recursos financeiros da União para investimento na área social;
dentre esses dois milhões, um milhão cento e poucos são de um programa
específico para situação de rua, Ver. Luiz Braz, é o PETI – Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil -, exatamente um Programa pensado no País
todo. E tem avançado em número de crianças incluídas, para alcançar a família
da criança que está na rua buscando sustento para ela, junto com a família, um
recurso financeiro, uma bolsa, e a criança ser incluída na escola, sair da
atividade de rua, ser incluída no Jornada Ampliada.
Nós
já chamamos a atenção, aqui, sobre este tema; a Prefeitura de Porto Alegre,
através da Secretária, da Diretora da FASC, reconheceu que faltam recursos
humanos para operar programas como este. Eu não vejo notícias de mudanças nesse
quadro, e acho que é preocupante, muito preocupante, porque a situação de Porto
Alegre é, sim, de busca de sustento na rua, e é impressionante!
Eu
estive no México, em representação desta Casa, no início do ano, convidada pelo
México, para levar a experiência da Educação. Lá havia um relatório do trabalho
no Nordeste de retirada das crianças do trabalho com a cana. E hoje tem, de
fato, funcionando lá o Programa Jornada Ampliada, que é junto com o PETI, e as
crianças são incluídas, além da escola, num trabalho extraclasse, e que aqui no
Rio Grande do Sul não está sendo aplicado! Eu me envergonhei, eu falei da
Educação, mas o Rio Grande do Sul nem o Jornada Ampliada do Governo Federal
adotou, está devolvendo recursos. Porto Alegre, o Rio Grande do Sul, têm
trabalho infantil, e é algo que nós não devíamos admitir, a gente fala sempre
que é no Nordeste o problema, e lá eles estão enfrentando com comissões de
erradicação do trabalho infantil, com o uso de recurso federal em larga escala.
Quero
chamar a atenção de uma forma menos político-partidária, mas mais no sentido de
que o Governo precisa dar respostas. Está marcada uma Audiência Pública nesta
Casa, uma Audiência chamada pela CEFOR, CECE e CEDECONDH, juntas - acho que é no
início de julho -, porque todas as entidades ligadas à criança e ao adolescente
já vieram nesta Casa em Tribuna Popular e querem resposta sobre a aplicação
desses recursos dos programas do Sistema Único da Assistência Social da cidade
de Porto Alegre que, segundo o documento entregue ao Sr. Prefeito Municipal,
sofreu uma redução na intensidade do planejamento, da organização, na
articulação com a sociedade civil para sua implementação. É lamentável que a
Cidade esteja vivendo isso, porque há recursos para aplicar e não estão
aplicados. Poderia ser o problema dos recursos, de novo, mas não, e as nossas
crianças estão na rua. Nós precisamos, como Câmara, acompanhar esse tema, e já
tomamos a medida da Audiência Pública.
Eu
queria ainda aproveitar para falar sobre a CPI. A nossa Bancada é muito
presente, os três representantes são muito presentes na CPI. Eu tive uma falta
apenas - o Ver. Todeschini e Adeli, acredito que só uma - por ter de estar em
outro compromisso. Eu acho que os jornais estão apresentando, de forma
exacerbada, como fraudulento o uso das biometrias, como descontrole, com
problemas sobre o funcionário: era exatamente essa “crônica da morte
anunciada”. Nos dias em que começou a CPI, nós dissemos, os funcionários
disseram: “Nós não queremos que tratem desse jeito a nossa Biometria. Nós não
concordamos com esse modo fiscalizador e responsabilizador dos funcionários”,
generalizador, sim, Verª Neuza, que é isso que está passando de forma geral em
toda a imprensa, que se descobriu uma grande falcatrua na concessão de
licenças.
Amanhã
nós vamos tentar que o Relatório, Ver. Dib, contemple um outro aspecto
fundamental. O problema todo é um problema de prevenção, de gestão, de
tratamento da saúde do funcionário público. Esse tripé tem de aparecer claramente
também nos discursos, também nas falas de imprensa, porque nós estamos
prestando um grande desfavor, pegando algumas situações pontuais, situações de
muitos dias de licença, que provavelmente serão situações de aposentadoria
especial, aposentadoria por invalidez, situações graves, porque estamos
dizendo, muitas vezes irresponsavelmente, que é uma irregularidade. Eu conheço
uma situação. Eu apontei, numa das reuniões - estou com todas as minhas falas
aí - acho que não estão registradas aqui -, a situação de uma funcionária que
está com problema psicológico seriíssimo, que não tem como, não segura, não
fica diante de alunos, e, no entanto, não há um mecanismo, não há uma atenção
especial do setor dos Recursos Humanos, no caso, da SMED, para que ela tente se
recuperar numa outra função; ela é excelente na área de informática. Ela está
há um ano em biometria, nunca houve uma abordagem da SMED sobre a sua situação,
uma proposta alternativa. Ela tomou a iniciativa de propor: “quem sabe me
recupero fazendo um trabalho burocrático; na informática, sou muito boa.” E a
SMED diz: “Não, ou volta à sala de aula, ou permanece em biometria.” Essa é a
palavra do gestor. Então, ela está em biometria há um ano, porque ela não se
recupera do estresse da sala de aula, porque ela está com problemas
psicológicos. Então, é um problema sério, sim, de gestão, de descaso com a
saúde do servidor, com o ser humano que serve e perde a saúde trabalhando. E
nós não podemos generalizar pela situação de alguns que cometem irregularidades
e passar o que está se passando na imprensa; e está generalizado para o
funcionário público municipal, especialmente os professores.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver.
Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Margarete Moraes, na presidência dos
trabalhos; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras; senhoras e senhores,
Verª Sofia Cavedon, eu ouvi V. Exª com atenção, quando estava abordando o tema
das crianças que, na verdade, não recebem a assistência adequada do Governo. E
eu acredito que muito disso se deve, exatamente, à vaidade de nossos
governantes. E não é um problema partidário, não é um problema ideológico; eu
acho que é um problema apenas no campo das vaidades, porque veja V. Exª, Verª
Sofia, vários governantes apontaram caminhos a serem seguidos a fim de, quem
sabe, ser melhorada essa assistência à criança pobre; mas sai Governo, entra
outro Governo, e a política muda completamente, sem que haja uma atenção àquilo
que vinha sendo feito. Eu me lembro, Verª Neuza Canabarro, que, na época do
Governo do Dr. Alceu Collares, havia escola de tempo integral. Eu acredito que
aquela idéia da escola de tempo integral poderia ter recebido pelo menos uma
atenção maior por parte do Governo que entrou, e não foi; assim como eu
acredito, Verª Sofia, que essa política empregada por parte do Presidente da
República, por parte dos organismos federais ligados a essa área da Educação,
fazendo com que haja uma melhor atenção para aquela criança que está na escola,
também é uma coisa que, independente de quem entre para presidir o País, deve
ter seqüência.
Mas,
vejam bem: nós não estamos abordando a respeito dessa criança que, até do ponto
de vista geral, é privilegiada, apesar de todos os terrores por que ela passa
em sistema de deseducação; ela ainda é uma privilegiada; nós estamos falando
daquela criança, Ver. João Dib, que está nas ruas da nossa Cidade e que não
tem, na verdade, nenhuma escola, não tem família que lhe dê atendimento, é
alguém que está completamente solto no espaço, e é para essa criança, é para
esse adolescente, para esse jovem que acredito precisa haver, de alguma forma,
uma área nos governos de melhor atendimento, no sentido de fazer com esse jovem
possa ter direito a ir para uma escola - é claro, não vai para uma escola de 1º
grau, de 2º grau, mas, de repente, por que não uma escola profissionalizante?
Por que não aproveitar essa proposta que estamos fazendo para o Prefeito Fogaça
de aproveitar essas cem vagas, lá do Calábria, que estão sendo oferecidas? Ver.
Todeschini, o preço, por criança, seria de 120 reais; são cem crianças que
poderiam ser profissionalizadas. Ora, quando essa criança atingir a idade de
poder trabalhar, ela vai ter condições de enfrentar o mercado de trabalho de
uma forma muito melhor, e nós também vamos ter a oportunidade de ver que essas
cem crianças poderiam se transformar em exemplos para os outros que se
encontram hoje nas ruas da Cidade e que não querem sair, que se acostumaram com
a rua, que apenas estão penetrando, cada vez mais, no campo da delinqüência e
que se transformam em verdadeiro perigo para a sociedade do futuro; ficaria
muito mais barato para a sociedade que se fizesse hoje, Ver. João Dib, um
investimento para se retirar essas crianças da rua, para se dar uma
oportunidade para elas, para que elas pudessem sentir que teriam um norte.
Ficaria muito mais barato para a sociedade, no geral, do que, de repente,
deixar que elas fiquem assim da forma como estão, porque lá no futuro elas
sempre vão, na verdade, cobrar um preço muito alto de toda a sociedade. O preço
que é cobrado lá na frente é um preço, talvez, alto demais para a sociedade, é
claro, e para cada uma dessas crianças que lá estão.
Então
eu acredito que não é um problema de um Partido ou outro, de uma Administração
ou outra, de uma filosofia ou outra, é uma questão, apenas, de todos nós,
juntos, nos unirmos para fazermos frente a essa que, com certeza absoluta, eu
acredito seja a maior nódoa que nós temos na nossa sociedade: as crianças abandonadas
na rua sem um horizonte, sem ter um norte para seguir.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço
ao Ver. Luiz Braz, até pela precisão do tempo, e o convido para presidir os
trabalhos. Obrigada, Vereador.
(O
Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria trazer a
esta tribuna algumas informações que eu acho extremamente importantes, algumas
referentes a nossa Câmara e outras referentes a nossa Cidade. Primeiro, queria
lembrar que dia 20 de junho é o Dia Internacional dos Refugiados, das pessoas
perseguidas pelo seu pensamento, das pessoas que são vítimas de atos
governamentais, que, portanto, necessitam de um sistema de proteção. E a nossa
Câmara foi pioneira na definição de uma legislação nesse sentido, o que nos deu
reconhecimento oficial do Alto Comissariado da ONU, quando da aprovação da Lei
nessa direção. Eu acho que é sempre importante resgatar essas responsabilidades
institucionais do novo Parlamento local, das novas exigências dos Parlamentos
locais, e eu acho que é muito gratificante ver que a nossa Câmara, além da
temática cotidiana, da luta do dia-a-dia da nossa população, trata também,
constrói legislações com perspectivas humanistas, com perspectivas
contemporâneas, com perspectivas de mudança em longo prazo.
E
eu também queria me referir aqui a algumas notícias extremamente promissoras
para nossa Cidade, que estavam estampadas nos diversos órgãos da imprensa de
hoje. Uma delas se refere, inclusive, muito diretamente a um Vereador desta
Casa, ao Ver. Bosco, que é um reconhecimento público de um Projeto do Governo –
está aqui o Ver. João Bosco, eu não o tinha visto.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Então,
eu queria parabenizá-lo, Vereador. V. Exª, na condição de Secretário de Esporte
do nosso Governo, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em uma ação
extremamente simples, que é um Projeto de Lei que procura - respeitando a
vivência cotidiana das crianças que estão nas nossas ruas - procura inseri-las,
através de programas educacionais, assistenciais e esportivos. Eu acho que é
muito gratificante, no meio de tanta notícia de abandono, de exclusão, perceber
que temos atitudes efetivas, e elas são efetivas, porque respeitam esse
universo das pessoas que são atendidas, que é o Programa Bonde da Cidadania.
Eu
acho que é muito gratificante para todos nós que moramos em Porto Alegre ler
nas páginas dos jornais de hoje o reconhecimento do UN-Habitat, órgão
das Nações Unidas, que, através de um seminário com mais de 40 Países,
acompanhou as políticas de participação da sociedade, as políticas e as
atividades desenvolvidas na área da participação da sociedade civil organizada
da nossa Cidade, o Orçamento Participativo, dos projetos de Governança
Solidária, das leis que foram aprovadas e começam a ser implantadas, como as
Parcerias Público-Privadas que, por conta de tudo isso, dessa trajetória de
construção coletiva do nosso Município, faz com que Porto Alegre seja
internacionalmente reconhecida como uma Cidade de vanguarda, uma Cidade que
perpetua as suas participações, as suas definições autônomas e cidadãs da sua
população. E também, evidentemente, o mérito da Prefeitura de Porto Alegre por
definir um incentivo a este tipo de gestão compartilhada, que faz com que a
nossa Cidade se coloque mais uma vez no cenário internacional como vanguarda de
um processo de desenvolvimento de construção cidadã. Terminou meu tempo, eu
tinha ainda umas outras ações extremamente importantes, que falarei, portanto,
em uma próxima oportunidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero
cumprimentar aqui o sempre Prefeito de Gravataí, o Bordignon, deixar o nosso
abraço. Eu gostaria de refletir rapidamente sobre o que é o elogiar, o estar
longe, e a vida real. Eu fiquei feliz também, quando li nos jornais que o mundo
ainda continua olhando de certa forma para Porto Alegre. A diferença é que o
mundo não tem ido mais para as vilas de Porto Alegre, agora eu estou lá todos
os dias, assim como muitos daqui também fazem isso.
Eu
quero especificar na micropolítica o que eu considero um mal muito grande. A
comunidade da Vila Santa Helena, na Lomba do Pinheiro, é um exemplo disso. Uma
comunidade que hoje é um referencial, Ver. Sebastião Melo, uma das comunidades
mais organizadas. O movimento não está organizado, porque uma administração tem
de tocar, mas as instituições, quando elas estão fortes, quando elas estão
apontando para essa saúde interna de uma comunidade, Ver. Luiz Braz - e eu
lembro que o senhor muitas vezes usou este microfone para citar o exemplo da
Vila Santa Helena, onde eu morava - estou retornando, porque, agora, vou morar
na minha casa, consegui construir uma casa e vou sair do aluguel...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Cassiá Carpes.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Vereador, deve ser diferente a sua
realidade, a minha é essa, já que V. Exª fez um aparte anti-regimental.
Mas
não quero falar de mim, quero falar da Vila onde eu moro. Nós conquistamos, no
Orçamento Participativo, uma praça que era um perau - para quem não sabe, no
Interior, perau é conhecido como um penhasco -, conquistamos a Praça Roseli
Antunes. E eu lembro, na época do ex-Secretário Gerson Almeida, do ex-Prefeito
Tarso Genro, nós colocávamos, na assembléia do OP, 600 pessoas, e hoje é uma
comunidade abandonada e depredada pelo narcotráfico e pelo vandalismo, não
resta nem a cancha de bocha, Ver. Luiz Braz.
E, aqui, entra a questão da Segurança pública, que não
existe. O Governo do Estado não existe, ele apenas ganhou uma eleição, e faz de
conta que está aí. O Município tinha as políticas públicas, porque fome não
tira férias e não tem sono, e as crianças buscam no narcotráfico a facilidade
da venda rápida de alguma coisa. E é isso que acontece com a nossa comunidade,
uma comunidade depredada em que nem a cancha de bocha existe mais.
Nós tínhamos políticas públicas, tínhamos um trabalho com os
nossos jovens adolescentes, e a SMED nunca apareceu lá. Os orelhões estão
depredados; foram roubadas todas as telas do Parque Saint-Hilaire, um puro
vandalismo.
A
Lomba do Pinheiro que cresceu, durante muitos anos, com o status quo de uma das comunidades mais organizadas, por culpa das
instituições, pela falta de responsabilidade, pela desmotivação, hoje, temos,
lá, uma comunidade que está temerosa, mas nós não nos entregamos, manteremos a
ternura.
Ver.
Sebastião Melo, tenho certeza de que V. Exª sairá daqui comigo e comparecerá na
reunião que realizaremos hoje, às 19 horas. Convido todos para a reunião na
Vila Santa Helena, na Rua Santa Flora n.º 96. Estamos retomando a Associação de
Moradores, e fazendo retomar a responsabilidade.
Eu
nunca saí de lá, Ver. Cássia, V. Exª é que aparece lá em época de eleição e que
usa a máquina pública para continuar fazendo de conta que é Secretário. E com a
falta de educação, que é tradição do seu jeito de ser, V. Exª faz esse aparte
de forma muito deselegante.
Então,
senhoras e senhores, eu quero dizer que nós continuamos acreditando, Ver. Luiz
Braz. Nós queremos continuar fazendo parcerias, assim como nós achamos
importante o que V. Exª fez, de colocar as máquinas da SMOV lá. Parabéns, isso
nós temos que elogiar, é uma luta antiga nossa e V. Exª colocou em prática. Mas
nós, também, não podemos deixar de fazer a crítica necessária. Sempre
criticamos a Frente Popular quando ela não estava bem, quando tínhamos que
apoiar as suas políticas para ajudar a população e valorizá-la. Não será agora
que os faz-de-conta que estão aí acham que vão continuar enganando a população.
Nós estamos à frente da luta, ao lado e onde for necessário, para que se retome
a paz, realmente. E paz se faz desse jeito, também, viu? Paz se faz com esse
tom de voz, também! E nós gritaremos toda vez que for necessário. Ver.
Sebastião Melo, que vai ocupar, agora, a tribuna, tenho certeza de que V. Exª
vai se somar nas fileiras conosco e vai estar lá para nos ajudar a reconstruir
aquilo que está sendo destruído, infelizmente. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minha
saudação ao ex-Prefeito Bordignon, que nos honra com a sua presença no plenário
da Câmara. Inicialmente, Presidente, eu quero dizer que o Governo brasileiro
está cometendo um grande crime com a Varig. Olha, Ver. Adeli Sell, se fosse um
Banco que tivesse passando pela situação que está passando a Varig, o Governo brasileiro
já teria socorrido e muito bem. Eu digo um crime, porque essa empresa vendeu o
Brasil ao mundo. A Varig, ao longo de muitos e muitos anos, praticamente
sozinha, vendia o Brasil lá fora. O que se está fazendo com a Varig é um crime,
porque essas rotas internacionais nunca mais voltarão para o Brasil. E é
importante dizer, Ver. Luiz Braz - e eu não tenho memória curta -, quando o
capitão do time do Governo brasileiro se chamava José Dirceu, ele encabeçou o
movimento para fusão da Varig com a TAM, numa posição muito clara. O Governo
brasileiro, do Presidente Lula, não tem feito a sua parte. Eu acho que a Varig
teve problemas, sim, de gestão, mas esse é um setor estratégico e, por ser um
setor estratégico, o Governo deveria tomar uma posição e fazer recuperar a
Varig; esse, evidentemente, é o caminho que o Governo deveria fazer.
Infelizmente, o que nós estamos vendo são declarações desastrosas; hoje, os
próprios passageiros cancelando seus vôos, fazendo endosso de passagens. O Juiz
Ayoub, da 8º Vara da Fazenda do Rio de Janeiro, na minha opinião, tem sido
muito equilibrado, está com uma enorme dificuldade para homologar; até hoje de
tarde pode acontecer isso ou não, até porque o consórcio, o único que se
habilitou, não deu origem de onde veio os recursos. Mas eu quero deixar aqui a
minha manifestação de que realmente é criminoso, e é muito ruim para o País nós
não termos a nossa Varig, se caso acontecer de ela não retornar.
Nós
queremos, também, dizer, Ver. Luiz Braz, voltando para as questões locais, que
a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa aprovou, na sua última reunião, o
Parecer do Projeto, de nossa autoria, que busca a redução gradativa das
carroças em Porto Alegre. Esse Projeto está quase há um ano na Casa, recebeu
várias contribuições, existe até uma Emenda do Ver. Adeli reduzindo esse tempo,
e nós vamos querer votar esse Projeto depois do recesso.
Eu
entendo, Ver. Adeli, que esse Projeto tem que ser analisado no conjunto do
modelo do recolhimento do lixo em Porto Alegre. Eu acho que Porto Alegre está
muito atrasada, e que bom que tem uma licitação em andamento analisando novos
paradigmas para o recolhimento do lixo. Primeiro, nós temos que separar mais o
lixo, Ver. Brasinha, em Porto Alegre; poucos bairros separam o lixo. Segundo,
nós temos que criar mais galpões de triagem; e com a criação do galpão de
triagem, o carroceiro, que hoje busca o lixo na porta das pessoas, poderá ser o
agente da separação do lixo no galpão de triagem. Então, volto a afirmar: a
questão das carroças não é uma questão policialesca, de dizer: “olha, eu vou
retirar as carroças e...”. Não. Eu tenho que fazer substituições gradativas,
porque esse cidadão da carroça sustenta a si próprio, sustenta a sua família, e
é como milhares de brasileiros que vivem no subemprego neste País. O Brasil
real é este: do carroceiro, do camelô, do desempregado, por mais que os
Governos tentem mostrar na televisão que há, aí, um Brasil de papel, com as
crianças sorrindo, todo o mundo sadio. Não, não é verdade isso.
Então,
nós queremos enfrentar este debate e aprovar este Projeto nesta Casa, para,
daqui a oito anos, aí sim, nós termos tolerância zero para com a
trafegabilidade de carroças na cidade de Porto Alegre.
Volto
a dizer: se fosse um banco que estivesse na situação da Varig, o Governo Lula
já teria resolvido, porque para os bancos, nota 10; para o setor produtivo,
zero!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Sebastião Melo.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
quero elogiar aqui - porque a critico há muito tempo -, até porque ela trocou
de Partido, a Verª Maristela Maffei. Quero elogiá-la porque ela volta às bases.
Ela volta à Lomba do Pinheiro, depois que se afastou da Lomba do Pinheiro. Eu
quero elogiá-la, porque ela admitiu realmente que está voltando à sua antiga
casa.
A
Lomba do Pinheiro é um Bairro, Verª Maristela Maffei, que cresceu muito. Uma
área que era rural, com muitas áreas ainda para se desenvolver. E é uma região
que tem um povo lutador. Nós, quando estivemos recentemente na SMOV, colocamos
lá um órgão da SMOV para ajudar aquela comunidade, porque lá tem muito declive
e aclive, portanto é uma região que precisa. Não tinha lógica, por exemplo, vir
uma patrola sucateada, lá da Restinga, que chegava quebrada na Lomba do
Pinheiro. Essa era a situação da SMOV, Ver. Vendruscolo, um órgão sucateado, as
máquinas antigas, velhas. E este é um problema com que a SMOV se depara em
vários momentos. Mas a Cidade tem que crescer, independentemente dessas
questões.
Quanto
ao vandalismo em Porto Alegre, a Verª Maristela Maffei tem razão. O vandalismo
está demais na nossa Capital. Agora, há uma diferença: no Governo anterior não
se divulgava o vandalismo, até há muito pouco; e este Governo faz questão de
divulgá-lo para prestar contas à sociedade de que lá precisa de uma melhor
manutenção. Há um vandalismo muito forte na região da entrada e no Centro da
Cidade, onde se quebram, se roubam os cabos, se roubam os cobres, ferros, etc.
Até me chama a atenção, pois isso cresceu demais. Eu só quero pensar que alguma
coisa pode estar acontecendo meio à revelia a uma vontade de quem, quem sabe,
estava administrando há muito tempo, perdeu a eleição, ficou revoltada, e, quem
sabe, até com essa revolta, Ver. Vendruscolo, possa estar realizando atos
impensados, inconscientes. E nós sabemos, não podemos tapar o sol com a
peneira: tem gente para quem quanto pior melhor. Portanto, esse aspecto é muito
importante, mas o vandalismo é muito forte, principalmente nas regiões mais
pobres, em relação à iluminação pública; por exemplo, aqui na região de
Humaitá, há muitos roubos de cabos, ferros, onde há pouca população até para
vigiar.
E o Centro da Cidade, à noite - não é de agora, faz
muito tempo - está abandonado e precisa, sim, de um tratamento exemplar, de um
tratamento diferenciado. Enquanto não tratarmos o Centro da Cidade como a nossa
sala de entrada, vamos, sem dúvida, Ver. Vendruscolo, ter muita dificuldade. Eu
torço para que saia logo - e parece que está prometido para setembro -, essa
questão do camelódromo ou centro de compras, para que possamos de vez assumir a
responsabilidade, abrir muitas ruas, como já foram abertas a Dr. Flores, a
Demétrio Ribeiro e outras para a população, trazendo assim uma peculiaridade...
Eu até gostaria de dar uma idéia. Entendo, Ver. Mario, que o Centro da Cidade
deveria ter uma Secretaria especial, pela diversidade da população, dos
problemas, e acredito que não pode o Centro da Cidade ficar... Uma Secretaria
faz um pedacinho, outra faz outro pedacinho. O Centro da Cidade é a nossa sala,
e a nossa sala há muitos anos vem sendo maltratada, e, agora, tomara que se
possa, realmente, adquirir um patamar, uma visibilidade de recuperação do
Centro da Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo
quórum, passamos à
Em
votação o Requerimento, de autoria das Lideranças da Casa, para a apreciação
das seguintes matérias constantes na Ordem do Dia: PR n° 069/06; PLL n° 244/05;
PLL n° 291/05; Redação Final do PELO n° 007/05; Redação Final do PLL n° 131/05;
PELO n° 005/05; PLL n° 237/04; PR n° 094/05; PLL n° 187/04; PR n° 117/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Solicito
à Verª Margarete Moraes que reassuma a presidência dos trabalhos, uma vez que o
primeiro Projeto a ser votado é de minha autoria.
(A
Verª Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 1905/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 069/06, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o Prêmio
“Construtor da Paz” à Legião da Boa Vontade (LBV), na categoria associação da
sociedade civil sem fins lucrativos.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 19-06-06.
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes):
Em discussão o PR nº 069/06, de autoria do Ver. Luiz Braz. (Pausa.) Não há quem queira discutir.
Em votação o PR nº 069/06.(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.
Parabéns Ver. Luiz Braz. Solicito que V. Exª reassuma os
trabalhos da presente Sessão.
(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 5126/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 244/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a
função simbólica de Patrono da Semana Farroupilha, que receberá o título de
Grande Patrão, Chefe Honorário do Acampamento Gaúcho e do desfile de 20 de
Setembro. Com Emendas nos. 01, 03 e 04. Com Substitutivo n. 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- adiada a discussão
por duas Sessões;
-
retirada de tramitação a Emenda n. 02;
-
reincluído na Ordem do Dia, por força do art. 81, em 12-06-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em
discussão o PLL nº 244/05 com Emendas nºs 01, 03 e 04 e o Substitutivo nº 01.
(Pausa.) Não há quem queira discutir.
Em votação o Substitutivo nº 01 do PLL nº 244/05. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 6311/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 291/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que dispõe sobre o Cadastro Geral da população sem moradia própria.
(organização e implementação de projetos habitacionais)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
adiada a discussão por uma Sessão, em 14-06-06;
-
incluído na Ordem do Dia em 31-05-06.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em
discussão o PLL nº 291/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLL nº 291/05.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos, se eu votasse favoravelmente a
este Projeto, eu pediria o fechamento do DEMHAB! Eu pediria o fechamento do
DEMHAB! O DEMHAB é uma instituição que, há anos e anos, cadastra as pessoas que
não têm habitação! A Área de Risco da Prefeitura - pode me corrigir o Ver.
Cassiá Carpes, que foi da SMOV -, quando tem um problema de retirada, a SMOV
comunica a quem? A FASC, provavelmente, porque tem problemas, normalmente,
dessas pessoas, da sua sustentabilidade; e a SMAM, por se tratar de uma Área de
Risco, portanto, pode haver questões de preservação ambiental, pelo menos, em
99,9% dos casos. Se essa pessoa mora numa Área de Risco, com uma grande chance
das totalidades de ser numa Área de Preservação, quem tem de ser comunicado
para arrumar casa, como a Casa de Passagem, é o DEMHAB!
Então, se eu votar
favoravelmente ao Projeto do Vereador, eu vou propor o fechamento do DEMHAB!
Então, o DEMHAB não vale para coisa alguma, não tem função! É função da
Prefeitura, do Departamento Municipal de Habitação, ter um cadastro permanente
de pessoas que não têm habitação, ou não é? Ou que história é essa? Quando nós
discutimos alguns Projetos aqui, aos quais nos opomos, Ver. José Ismael Heinen,
não é por birra, é porque é um Projeto que não tem serventia. Vamos ser claros:
não há razão de ser. A razão de ser desta questão é a existência do DEMHAB. Não
há outra justificativa.
Então,
eu não posso, por coerência, por sinceridade com a preocupação com a coisa
pública, com a estrutura do Estado local, que é a Prefeitura, votar
favoravelmente.
É
muito interessante: eu faço um Projeto desses, espalho para a Cidade - está
todo mundo apavorado, pois ninguém tem casa - e saio como “salvador da Pátria.”
Gente, montar uma lista de pessoas que não têm casa para morar?! Isso é
demagogia, Ver. Heinen! Vossa Excelência, que vem aqui o tempo inteiro xingar o
Governo Federal, vem aqui fazer demagogia! O seu Projeto é altamente
demagógico, oportunista, eleitoreiro, contra a Prefeitura, a qual V. Exª diz defender,
pois V. Exª vai criar um grande rebu para o Prefeito Fogaça! Eu, que sou da
oposição, vou defender, junto com o Governo Fogaça, se isso passar aqui, que
esse Projeto seja vetado, pois é um Projeto claramente oportunista,
eleitoreiro, demagógico, e vai criar um problema para o Prefeito Fogaça! Eu vou
defender o Prefeito Fogaça, porque vai ter fila na frente da Prefeitura! As
pessoas vão entrar, vão invadir a Prefeitura - e sempre há um maluco por trás,
para fazer furdunço na frente da Prefeitura!
Eu queria falar com as pessoas que fazem parte da base do Governo: meu caro Paulo Odone, não posso acreditar que a base do Governo vai ser favorável a esse Projeto! Não posso acreditar, porque isso significa desmerecer as gestões passadas e presente do DMLU! É um desrespeito com o Prefeito Municipal! Acho que não há sentido em fazer isso daqui! Eu sou contra, vou militar contra, vou defender contra!
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, para ajudar V.
Exª, nós estávamos refletindo e concluímos que poderíamos criar cadastros
gerais para várias outras necessidades na Cidade. A Verª Manuela tem uma
preocupação com as jovens mães estudantes que não têm creches para os filhos.
Seria um cadastro específico. E eu poderia citar “n” situações dessas. Agora, o
mais grave é a expectativa que se cria, sugerindo um cadastro geral, aberto,
único e irrestrito. É mais sério trabalhar com políticas localizadas, por
dentro do Orçamento Participativo, com programas por região, como é a lógica
construída nesta Cidade.
O SR. ADELI SELL: Se nós começarmos a construir
cadastros desse tipo na Cidade, o Prefeito não governará. Hoje é o Fogaça,
amanhã poderá ser outro. Nesse caso, eu estou com o Prefeito Fogaça. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL n.º 291/05.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, nobres Vereadores e Vereadoras. Sr. Presidente, eu costumo
deixar os outros falar, se não vou me sentar aqui do lado de quem fala e
começar a perturbar.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu paro o
tempo de V. Exª, eu nem comecei a contar ainda. Eu peço, por favor, aos Srs.
Vereadores, vamos respeitar o orador na tribuna.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Nobres
colegas, eu tenho certeza de que o nobre Ver. Adeli Sell não leu corretamente o
Projeto. Talvez o tenha lido, mas não o tenha entendido, porque ele não
vivencia o problema habitacional de Porto Alegre - disso eu tenho certeza, pelo
que ele colocou aqui.
Em um ano de CUTHAB - gostaria que o meu Presidente anterior
da CUTHAB estivesse aqui, o nobre Ver. Raul Carrion -, em todas as invasões, em
todos os problemas advindos de 16 anos da Administração passada, quando
tínhamos reunião da CUTHAB, solicitávamos se havia o levantamento dos moradores
que invadiram essa área. Não tinham.
Tenho certeza, e assim estava acontecendo: quando
você vai resolver o problema daquela área, em vez dos 50 moradores, ultrapassam
500! Vem parente de tudo o que é lado deste Rio Grande do Sul, e quem vai pagar
é a Prefeitura de Porto Alegre. Este Projeto é justamente para nós evitarmos
que outros que não sejam moradores de Porto Alegre tenham acesso à moradia
patrocinada pelo imposto do porto-alegrense. É uma ordenação, é um cadastro,
que já existe, mas agora, como lei, o DEMHAB terá mais força para dizer para
aquele que vem lá do Interior do Estado, querendo se infiltrar no meio dos que
estão como movimento da casa própria, para buscar a sua regalia. Isto é fazer
com que o porto-alegrense, aquele que vive e mora há mais tempo em Porto
Alegre, que tem mais necessidade
da casa, tenha a preferência nas ações sociais desenvolvidas pela Prefeitura.
Nós
encaminhamos uma Emenda, Sr. Presidente, para retificar o art. 1º, que fica a
critério também, se for aprovado o Projeto, do julgamento da maioria desta
Casa.
Agora,
que habitação é um caso sério em Porto Alegre, V. Exª há de convir comigo,
nobre Ver. Adeli Sell, e que a Administração passada deixou esta Cidade
invadida, pois vamos a todos os recantos na nossa Cidade, em bairros e o
pessoal não tem água para beber, não tem luz para poder estudar à noite, seja
lá o que for, é um verdadeiro caos habitacional em Porto Alegre!
Eu
aprendi um novo nome de asfalto em Porto Alegre, nas vilas de Porto Alegre:
“tapa-pó”! Isso eu nunca tinha ouvido: “tapa-pó”! Porque não tem
infra-estrutura de água, infra-estrutura de esgoto, infra-estrutura de rede
elétrica; agora, tem asfalto em ruas de meio metro. Gente morando indignamente.
Quando nós tivermos que tirar esse pessoal de lá, se não fizermos esse cadastro
registrado, com lei, devidamente credenciados os que realmente merecem,
imaginem os senhores, aquilo que nos acostumamos a ver no Partido que hoje
preside o Brasil, o apadrinhamento, o assistencialismo! Essa lei é para acabar
com o assistencialismo! É para dar direito àquele que realmente tem o direito à
casa quando ela é financiada pelos poderes públicos. Eu não estou preocupado
com a aprovação ou não deste Projeto, mas eu tenho a consciência tranqüila de
que ele virá beneficiar em muito a Administração do Prefeito Fogaça. Em muito o
meu Prefeito Fogaça, porque o nosso Partido, da Frente Liberal, Ver. Adeli
Sell, não tem nenhuma Secretaria, votamos conforme a governabilidade; esse é o
meu compromisso com a Administração e como Vereador. Todo o Projeto que achamos
que seja bom para a Cidade, o meu Partido vota a favor do Prefeito; caso
contrário, não. Mas V. Exas. que detêm o poder da decisão e o voto da maioria é
que vai estabelecer se nós vamos acabar com o assistencialismo em Porto Alegre
e vamos, daqui para a frente, tratar as coisas públicas, as coisas sociais como
têm que ser tratadas: com ética, com moralidade, com transparência,
principalmente com transparência. Muito obrigado, Sr. Presidente, era isso que
eu tinha a afirmar.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu
estou me inscrevendo para discutir e pediria que a Verª Margarete Moraes, por
favor, assumisse a presidência para que eu pudesse ir à tribuna.
(A
Verª Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 291/05.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes, agradeço a Vossa Excelência; Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, Ver. João Dib, de todas as Comissões foi somente a nossa que
resolveu pinçar um dos problemas do Projeto e deu-lhe um Parecer contrário. Em
todas as outras Comissões o Parecer foi favorável. Eu solicitei ao Ver. Ismael
Heinen que fizesse, pelo menos, uma correção no Projeto, a fim de que ele
pudesse ser apreciado pela Casa, com relação ao caput do art. 1º,
porque, na redação original do Projeto, Ver. João Dib, o autor dizia (Lê.): “O
cadastro-geral da população sem moradia objetiva mapear...”. Ele colocava os
objetivos do cadastro-geral, mas ele não o criava; não existia, na verdade, um
cadastro-geral. Então eu pedi ao Ver. Ismael que, primeiro, criasse o
cadastro-geral, para que, depois, desse funções para ele. É isso que foi feito
pelo Ver. Ismael na primeira Emenda que ele apresentou a este Projeto.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, na
Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, o Parecer de V. Exª
foi aprovado pela unanimidade dos presentes. Na realidade, quando se faz um
cadastro, cria-se expectativa de que nós vamos fazer mais habitações - nós
vamos criar problemas. E, como diz muito bem no seu Parecer e também a
Procuradoria da Casa, não caracteriza efetiva instituição de serviço. Onde é
que vai ser feito esse cadastro? Na SMOV? No DEMHAB? Na FASC? Onde? Não está, e
o melhor é não criar expectativas. Eu lembro que o Ver. Aloísio Filho,
quando era Presidente da Casa, dizia que, quando comparecia numa vila, as
pessoas pensavam que alguma coisa boa ia acontecer. Se for noticiado um
cadastro, nós teremos um desastre.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Ismael, que é o autor do Projeto, vou fazer aqui uma defesa do seu Projeto;
acho que tem, na verdade, uma grande virtude o cadastro a ser criado.
Normalmente, Ver. Nereu D'Avila, as pessoas, nas diversas vilas da Cidade,
fazem as suas inscrições no DEMHAB, mas não têm uma oportunidade de ficar
acompanhando de perto de quem será a vez de ter a casa. E é muito comum, nas
trocas de Administração, as prioridades começarem a sofrer mudanças. A
prioridade começa a ser daquele que não tem casa e que pertence ao partido x, e
aqueles que estavam inscritos antes, acabam, de repente, perdendo a sua vez.
Então eu acredito que a virtude da criação desse cadastro proposto pelo Ver.
Ismael Heinen, agora com a correção da Emenda nº 1, meu querido amigo Bordignon
– a quem já expressei várias vezes a admiração pelo trabalho que S. Exa.
executou na sua Cidade -, é que as pessoas vão poder acompanhar se chegou a sua
vez, ou quanto falta ainda para chegar a sua vez até que ele possa ser chamado
pela Administração Municipal para poder, de repente, ter a sua casa. Eu acho
que essa, na verdade, é uma virtude que nós não podemos afastar desse Projeto proposto
pelo Ver. Ismael Heinen.
Nós,
lá na Comissão de Finanças, Ver. João Dib, só aceitamos o Parecer contrário
exatamente porque na redação que estava proposta não tinha um meio de nós
realmente elencarmos qual o serviço e como seria prestado aquele serviço.
Agora, eu acho que a Emenda corrige bastante, acho que a Emenda que foi feita
pelo próprio Ver. Ismael Heinen faz uma correção e aponta pelo menos o
seguinte: fica criado o cadastro. E V. Exª coloca: mas quem é que vai criar? Eu
acho que é a regulamentação, eu acho que quem vai regulamentar vai apontar qual
o órgão que vai criar: se vai ser a SMOV, se vai ser o DEMHAB, o Planejamento.
Agora, vai existir, pelo menos, um cadastro e lá a relação das pessoas que
estão inscritas, em que ordem essas pessoas estão inscritas e quanto tempo elas
vão esperar até que a sua casa possa surgir. Eu acho que essa é uma proposta
que realmente pode ser considerada boa deste ponto de vista: a possibilidade de
garantir para o cidadão que ele tem a sua vez dentro desse cadastro, e que
quando chegar a sua vez, ele vai receber a sua casa própria do Município.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço
ao Ver. Luiz Braz e lhe passo a condução dos trabalhos.
(O
Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Paulo Odone está com a palavra para discutir o PLL n.º 291/05.
O
SR. PAULO ODONE: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu me preocupei porque
não conhecia o Projeto do Ver. Ismael. E o Ver. Ismael - permitam-me discordar
- pode ter vários defeitos, tal como, às vezes, a sua intransigência na defesa
das suas convicções, mas não é um oportunista neodemagógico nesta Casa; ao
contrário, ele vem de peito aberto, sempre, aqui, e eu tenho que reconhecer e
dizer isto aqui, para que não passem em julgado, às vezes, outras
interpretações. E este Projeto do Vereador é bem isto, o Projeto é bem
intencionado: “Eu quero criar um cadastro e colocar prioridades para que fique
lá não uma ordem aleatória ou subjetiva, mas que haja critérios para atender as
necessidades”. Só que não é só para a Habitação; eu vejo lá no § 2.º do art. 1º
que o Vereador tenta, com o seu cadastro, servir de base não só para os
programas habitacionais, mas para planejar a aplicação de recursos para Saúde,
Educação, Saneamento Básico, etc., etc., ou seja, uma escala de prioridades,
que eu não sei se seria a minha ou seria a nossa, ou se a regra é científica. A
informação do DEMHAB, que veio para a Base do Governo, é de que o DEMHAB
resolveu identificar o perfil de habitação de interesse social, que eles chamam
de HIS, em Porto Alegre, objetivando integrar o tratamento e interpretação dos
dados referentes à habitação existentes no âmbito do DEMHAB e do IBGE, por isso
contratou, lá em 2003, o Instituto Polis, para entre outros estudos realizar
uma atualização do mapa da irregularidade fundiária, e apontar diretrizes para
a implantação de um sistema de informações habitacionais, suporte à futura
elaboração desse sistema. Entretanto, a constatação inicial de inúmeras
limitações existentes levou a consultoria a propor uma estratégia metodológica
para uma futura instalação do sistema de informações habitacionais, que
permitiria o desenvolvimento do diagnóstico da situação da habitação de interesse
social na Cidade. Portanto, foi buscado, desde a contratação do Polis e de uma
consultoria, como subsidiar elementos para identificar essas áreas de
interesse.
O
Instituto Polis entregou, em novembro de 2004, para o DEMHAB, o Relatório
Final. Esse trabalho contém a análise sobre esses sistemas, apontando para o
desenvolvimento do sistema de informações habitacionais, que possuem como base
o geoprocessamento da informação, trabalhando com geoinformações, ou seja, a
representação dos dados existentes ou coletados, espacialmente referenciados.
Esse trabalho envolveu vários organismos, entre eles produtores de informações
habitações, como o IPPUR, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a FEE,
aqui do Rio Grande do Sul, e a PROCEMPA.
A
conclusão dos Técnicos do DEMHAB é que assim existe, já desde 2004, uma
estratégia metodológica para implementação do sistema de informações
georeferenciadas do DEMHAB, inclusive com diretrizes metodológicas; e conclui
(Lê.): “Cabe ressaltar que o Projeto de Lei apresentado está contemplado neste
estudo apresentado, que utiliza a tecnologia de produção de informação para a
realização do cadastro apontado”.
A conclusão do DEMHAB é que o que o Projeto está tentando
alcançar já está contemplado no atual trabalho, já é uso lá.
Então, eu fico, de certa forma, um pouco perplexo diante das
informações, porque, se já está lá contemplado e se está sendo usado com essa
base científica de processamento dos dados levantados, tenho receio de que,
votando um nível de prioridades, eu esteja contrariando ou modificando o que
está lá feito com base técnica; mas, por outro lado, eu vejo absolutos méritos
na iniciativa do Ver. Ismael em propor que se tenha formalmente um banco e uma
escala de conceitos e de prioridades que ele traz. Então, se a posição do
Governo também não diz, o Projeto nos compromete de já estar contemplado, mas
há um universo de informações e de estudos que nos subsidiam para a formação
disso. Isso me deixa, Ver. Ismael, realmente, numa situação de pensar: será
que, se eu tentar ajudar a contribuir para o processo, não vou contrariar o que
já está o Executivo me informando que está sendo aplicado? Essa é a questão
posta.
O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Só quero informar que o nosso Projeto entrou antes da contratação
do Polis; nós estávamos já prevendo que tinha de ser feito isso em Porto
Alegre, devido ao caos que reinava em Porto Alegre no ano passado,
principalmente. As invasões eram aleatórias. O Projeto é justamente para não
dar falsa perspectiva para os moradores de Porto Alegre. Hoje todo mundo acha
que tem direito à casa, e à casa de graça ainda.
O
SR. PAULO ODONE: Não, eu
acredito, só que o Polis, com esse intuito, foi contratado em 2003, a
Prefeitura recebeu em 2004, e o tratamento está sendo dado, a partir de lá, em
cima dessas informações subsidiadas, onde entram o Polis e essas entidades que
eu disse; o IPURJ, que é o Instituto de Planejamento do Rio de Janeiro; a FEE,
do Rio Grande do Sul, e a própria PROCEMPA. Realmente, Verª Meneghetti, eu não
sei, tenho dúvidas sobre se nós vamos alcançar, com o Projeto, essa medida
louvável, o objetivo que V. Exª quer, de deixar que seja aleatório, seja tipo
uma corrida de espermatozóides - me permita - quem tiver mais vitalidade, mais
força, chega antes, ou, ao contrário, a gente quer ter dados absolutamente
técnicos e processados por órgãos técnicos para contemplar as necessidades
prioritárias.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLL nº 291/05.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Luiz Braz, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, o Ver. José Ismael Heinen, integrante da Comissão de Urbanização,
Transporte e Habitação, é um homem extremamente preocupado com as questões que
envolvem a habitação em nossa Cidade. Por outro lado, também se preocupa com as
questões ligadas ao cooperativismo. Nesse sentido tem trabalhado muito,
bastante, no seio da Comissão que tenho a honra de presidir. E o Ver. Adeli
Sell foi extremamente contundente, como é da sua natureza. Aliás, o debate
político, muitas vezes, Ver. Ismael Heinen, está mais para Esparta do que para
Atenas. Mas a sua iniciativa é boa, e, evidentemente, o Plenário da Casa
acolherá, porque ela dá um perfil, estabelece um desenho, uma fôrma a
encartar-se toda essa mobilização, todo esse movimento que se dá com as
famílias à procura de reassentamentos, à procura de moradia, estabelece
condições importantes aqui, como, eu destacaria, a questão ligada àqueles que
já possuem imóveis, que, evidentemente, não poderão integrar essa lista,
porque, infelizmente, Ver. Luiz Braz, vez por outra, acontece, sim, de líderes
aproveitadores reunirem pessoas que já têm determinadas habitações tirar o
lugar daqueles que, efetivamente, necessitam da moradia.
Nós
temos que criar verdades, Ver. Luiz Braz, no País, em nossa Cidade, para
tirarmos a República da situação em que se encontra. Nós temos que ser
verdadeiros, honestos, patriotas na condução da coisa pública, que vem
ganhando, nesses últimos anos - e já vem de longe - tratamento absolutamente
inadequado; os costumes foram perdendo a sua inflexibilidade, e chegamos no que
chegamos, no que estamos vendo hoje.
Portanto
é um Projeto importante. Alguém haverá de dizer que é um Projeto simples. Sim,
é um Projeto simples; poderá haver iniciativas outras, é verdade, mas é um
Projeto que busca exatamente nos dar o mapa, com clareza, do que temos aí em
termos de mobilidade, em termos de cadastro daquelas pessoas que, efetivamente,
necessitam de uma moradia compatível e digna, porque são brasileiros, enfim,
contribuem para o desenvolvimento do Município, do Estado, e, de resto, são
dignos de receber uma habitação compatível com a dignidade da pessoa humana.
Portanto, coloco-me a favor da presente iniciativa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para discutir o PLL nº 291/05.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras
Vereadoras; Srs. Vereadores, Ver. Ismael, só pela questão da discussão, já é,
sem dúvida, meritória a sua proposta. Essa discussão política é conseqüência
deste Plenário.
Mas
quero dizer que conheço o Interior de São Paulo - e depois eu vou chegar lá
aonde eu quero concluir -, e a maioria das cidades do Interior de São Paulo tem
a dita cancela: só entra na cidade com a carteira de trabalho, se vier uma
mudança no caminhão, tem de identificar para onde vai, por que vai e o que vai
fazer na cidade. Então é bom nós olharmos esse aspecto: não entra qualquer
pessoa, tem de mostrar o que vai fazer na cidade.
Nós,
na Capital gaúcha, nos acostumamos a ser “tudo pelo social”, Ver. Sebenelo, 16
anos pelo social. Pode vir, pode vir para cá que aqui há manifestação, que aqui
entra todo mundo, tudo pelo social. E o que aconteceu? Inchou esta Cidade, 16
anos de invasões na Cidade. Portanto agora, vamos cadastrá-los. O que nós temos
que evitar, Ver. Ismael, cada manifestação que vem a Porto Alegre - e nós não
imaginamos o que entra à noite no escuro -, são os roubos na entrada da Cidade,
no Centro da Cidade e nas suas cercanias enormes, um vandalismo enorme. Não
sabemos se são só pessoas de Porto Alegre, não, pode haver muita gente que vem
de fora para cá.
As
invasões que acontecem são todas programadas. Tem de se lembrar que, nos 16
anos, a Administração anterior, Ver. João Dib, tinha lá no patamar da esfera
Federal um Governo oposto e também havia no Estado um Governo de outro Partido,
e, automaticamente, aqui se incentivava a invasão, se incentivava a vinda do
Interior para a Capital, como se aqui fosse um paraíso; e esta Capital foi
inchando desordenadamente. Os loteamentos, temos visto nas Comissões tanto da
CUTHAB como na CEDECONDH, Ver. Luiz Braz, dez, 15 anos de invasões que até hoje
não foram regularizadas, Ver. Ismael, V. Exª é testemunha disso, não foram
identificados. Por exemplo, se se quer fazer uma invasão em Porto Alegre, é só
preparar uma caravana no Interior e mandar à noite vir para Porto Alegre
invadir mais um loteamento. Quer dizer, não há controle, todo mundo entra; a
Capital, para manifestação, é um paraíso, invadem parques, invadem loteamentos,
quando vemos, é essa confusão.
Então
esse aspecto da identificação é muito importante. Porto Alegre só saberá
quantas... Eu até não concordo com aquele termo ali “que tem casa própria”,
não, não. Invasões, quem tem casa própria, na realidade, não precisa. Parece-me
que a questão é fazer um levantamento dessas questões de quem não tem casa
própria, o termo exato é esse “quem não tem”; está em uma invasão, está em um
loteamento que não está legalizado. As áreas verdes, que o Ver. Adeli falou
aqui, olha, isso foi incentivado nesses anos para as áreas verdes serem
ocupadas por pessoas que vieram para a Capital, Ver. Sebenelo, foram
incentivadas. Nós temos que desmistificar essa questão: o que é invasão, quem é
proprietário nesses loteamentos? Muitas áreas sendo supervalorizadas, quando
anteriormente à invasão não valiam nada; cooperativas clandestinas, Ver. João
Bosco Vaz, incentivando. Olha, o que nós recebemos de denúncia de gente que
passa anos incentivando gente a construir casa, sendo ludibriadas, enganadas.
Isso tem de acabar em Porto Alegre - em Porto Alegre entra todo mundo -,
manifestação a fim de fazer quebra-quebra, sujar a Cidade, liquidar com os
patrimônios da Cidade. Nós precisamos identificar as pessoas.
O
Sr. José Ismael Heinen: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, nobre colega, o
cadastro é da população sem moradia, sem a casa própria.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Exato,
que não tem casa própria, claro.
O
Sr. José Ismael Heinen: Neste
Projeto, na minha convicção, é justamente não criar falsas ilusões a esses
moradores. Se eu sou o número 50 mil no cadastro, se a Prefeitura tem um
Projeto para 10 mil, então, eu vou saber que só daqui a 5 anos vou ter a minha
casa própria através do programa público. Obrigado.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Exatamente,
imagine uma pessoa que em um cadastro, Ver. Sebenelo, hoje há um cadastro, e a
pessoa chega amanhã em Porto Alegre e já quer casa, já quer passar à frente
daquele... Não! “Olha, meu filho, não estás cadastrado?” “Tu és de onde?” “Ah,
sou de São Borja”. “Vais ter de voltar para São Borja!” A FASC aqui engana-se –
isso nós falamos há anos -, só no social não vai. Ninguém tira pessoas da rua
só no social, Ver. Sebenelo. Tem de identificar essas pessoas de onde vieram,
se vieram de Livramento, Uruguaiana, São Borja, Itaqui, Bagé, tem de fazer
voltar às suas raízes, tem de ter uma estrutura de fazer voltar lá para sua
cidade que tem o aconchego, o carinho da família. Mandam vir para Porto Alegre
e aqui não tem condições, porque está praticamente inviável o crescimento,
dessa forma, na nossa Capital. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 291/05.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, esta Casa faz muitas
leis, e eu sei que tem gente que fica muito bravo, porque eu reclamo contra o
excesso de leis. Por exemplo, nós fizemos uma lei, eu acho que a maioria, ou a
totalidade dos Vereadores aprovou, que a data-base de reposição salarial para
os municipários seria maio a maio, e o Prefeito não cumpriu a Lei, e ficou tudo
por isso mesmo. É porque as leis inócuas são as mais perversas contra as boas
leis.
A
Procuradoria da Casa, ao fazer a análise do Projeto do Ver. Ismael Heinen, diz
que é (Lê.): “De mencionar que a proposição não tem conteúdo que caracterize
efetiva instituição de serviço, razão pela qual, salvo melhor juízo, se entende
que não resta consubstanciado malferimento aos preceitos orgânicos que
resguardam a competência privativa do Chefe do Poder Executivo no realizar a
Administração Municipal”. E aí vem a Emenda (Lê.): “Art. 1º. Fica criado o
Cadastro Geral da população...” Mas a Lei Orgânica do Município diz no seu
artigo 94, inciso IV, que (Lê.): “Compete privativamente ao Prefeito dispor
sobre a estrutura, a organização e o funcionamento da Administração Municipal”.
Portanto nós estamos contrariando a Lei Orgânica. Eu prefiro que se façam menos
leis, mas que elas sejam cumpridas, por exemplo, esta que eu citei: na
data-base, o reajuste dos municipários, no ano passado, era de 4,51%, divididos
em parcelas de 2,42%, mais 2,09%. Em maio deste ano, seria 4,63%, e o Prefeito
pagou 2,54%, e ninguém diz nada nesta Casa. Então, eu prefiro poucas leis, mas
respeitando a Lei Orgânica. Esta aqui, no momento que emenda, diz respeito à
Lei Orgânica; se não emendar, não tem sentido. Portanto eu acho que o mérito
foi muito bem colocado pelo Ver. Cássia, quando disse que a discussão é o suficiente
para nós sabermos que há uma necessidade talvez de melhor organização do
DEMHAB, que tem esses dados sem dúvida nenhuma. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. João Dib.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 291/05.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores, Vereadoras, tenho discutido
muitos Projetos no campo da habitação popular com o Ver. Ismael Heinen, agora
este Projeto que o nobre Vereador apresenta, eu creio que ele não contribui
para a política da habitação popular da cidade de Porto Alegre. E quero trazer
aqui quais são as justificativas que temos para sermos contrários ao Projeto.
Creio
que um projeto tem de ser propositivo sob o ponto de vista de resolver os
problemas sociais que temos. E este Projeto, Ver. Ismael, não é propositivo, é
um Projeto especulativo, e justifico por quê.
Primeiro, creio que essa responsabilidade de fazer cadastro,
Ver. Dib, como V. Exª falava há pouco, é do DEMHAB e da sua estrutura em
resposta à sua política habitacional. Agora, pedir para a cidade toda, para as
pessoas que não têm casa, que venham se cadastrar, esse mapa nós já temos, como
foi dito pelo Ver. Paulo Odone. O DEMHAB já tem uma posição de um trabalho
desenvolvido em 2004, de uma estratégia metodológica, de um sistema de
informação do georeferenciamento do DEMHAB. A questão, aqui, não é
quantitativa, é qualitativa. Se quisermos apostar na reforma urbana, temos de
propor políticas de reforma urbana.
O Ver. Ismael Heinen teria todo o meu apoio, se nós
implementássemos, aqui, o Estatuto da Cidade que regulariza todas as áreas
ocupadas, inclusive a do município de Porto Alegre. Temos, hoje, nas áreas do
município de Porto Alegre, ocupadas há mais de 30 anos, mais de 60 comunidades,
que o Estatuto da Cidade já permite.
Agora, fazermos um cadastro-geral onde deve constar nome,
endereço, número de componentes da família, idade, profissão, grau de
escolaridade, situação financeira, endereço anterior e tempo de residência na
Capital, é criarmos uma falsa expectativa para a população carente, para a
população de baixa renda, para a população que não tem habitação. Vai haver uma
corrida ao DEMHAB das pessoas do município de Porto Alegre e de todos os municípios
do Estado do Rio Grande do Sul que tenham a pretensão de vir a morar em Porto
Alegre. Então, solicitar um cadastro neste momento, ou em qualquer outro
momento, sem uma política habitacional que diga para as pessoas quando elas
terão a casa, é um Projeto, no mínimo, eleitoreiro. E é isso que queria
registrar aqui, caros colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa.
Nós
não podemos criar uma falsa expectativa para as pessoas que não têm habitação.
Eu quero que este seu Projeto, Ver. Heinen, diga como e onde serão feitas as
casas, de que maneira vamos aproveitar os recursos do Governo Federal que estão
disponíveis para a construção da habitação popular, e não simplesmente abrir um
cadastro e dizer o seguinte: quem não tem casa se cadastra aqui. Isso é nós desenvolvermos
uma corrida ilusória; é iludir as pessoas que não têm casa, porque não está
dito em momento nenhum quando essas pessoas poderão ter a sua casa. E mais, não
se pode abrir cadastro sem projeto. Como é que o DEMHAB faz hoje? O DEMHAB
elabora um projeto, define os critérios, analisa as pessoas que se enquadram, e
abre cadastro para esse determinado projeto. Bom, se não tiver projeto não pode
ter cadastro. Eu volto a dizer aqui, colega Ver. Ismael, V. Exª já teve o meu
apoio em muitos outros Projetos. Os Vereadores do PTB, que me antecederam, não
possuem a mesma posição do DEMHAB - administrada pelo PTB -, a posição do
DEMHAB é de que não precisa desse cadastro e que as estruturas existentes,
hoje, já resolvem administrativamente. Essa posição é dita pela coordenação do
Diretor Executivo Tessaro e suas equipes técnicas. Portanto, tem que haver uma
compreensão. Um cadastro para dizer que as pessoas irão ganhar uma casa sem
dizer quando e onde, é um Projeto, no mínimo, neste momento, eleitoreiro. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 291/05.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: É
interessante, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a agressividade das pessoas que
chegam aqui no microfone para dizer, por exemplo, que o Ver. José Ismael está
xingando o Governo Federal. Aqui ninguém xinga: aqui a gente discorda do
Governo Federal. Em segundo lugar, chamar de oportunista um Vereador que quer
um cadastro... Isso é uma agressão! O Ver. Comassetto, nesta tribuna, disse que
estamos iludindo a população. Ah, não, só um pouquinho! Eu acho que, se o
Vereador tivesse a intenção de iludir a população, ele não teria o direito de
estar aqui neste plenário.
A
grande maioria das cidades organizadas de Primeiro Mundo, Ver. Sebastião Melo,
têm um cadastro de moradia, sim. O que não se diz é que, durante 16 anos, a
cidade de Porto Alegre construiu um número de residências, na insuficiência de
moradias, que beira o ridículo. E agora, todos do Partido dos Trabalhadores e o
Ver. Raul Carrion fazem uma propaganda fantástica da Caixa Federal, homenageiam
a Caixa, fazem almoço, Ver. Sebastião, mas dizem que não podem fazer cadastro,
porque não têm dinheiro para fazer casas. Agora eles vêm confessar isso? Que
coisa! Que contra-senso, que forma de tratar este assunto, que é um assunto
extremamente polêmico, inclusive, Ver. Cassiá, na questão jurídica. Alguns
Vereadores que são advogados entendem que a Câmara pode, sim, fazer esta Lei.
O
Sr. Cassiá Carpes: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só queria relatar que a
Verª Margarete Moraes, o Ver. Carrion e o Ver. Todeschini votaram a favor na
minha Comissão. E aí, o Ver. Comassetto, que é do Partido, diz que é eleitoreiro.
Quem fala a verdade?
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Principalmente
me refiro à forma ofensiva quanto a um trabalho sério, excelente, de um
Vereador. Dizer que ele quer iludir a população de Porto Alegre?! Isso é,
indiscutivelmente, uma ofensa, e acho que V. Exª deveria retirar! E acho,
inclusive, que a intenção do Vereador é a melhor possível; fez um belo
trabalho, uma pesquisa importante de que é necessário, é imprescindível. Esse é
um outro problema, discutir o mérito com o DEMHAB, mas é fundamental que se
diga que é de grande serventia para a Cidade ter um cadastro. O ruim é não ter!
E as questões cadastrais são definitivas quando nós precisamos, primeiro,
reorganizar Porto Alegre no sistema de moradias; segundo, há um caos
insuportável; e, terceiro, a grande maioria do êxodo rural se dá na Grande
Porto Alegre.
O
que se fez foi uma questão ideológica, errada, absurda, de se incentivar as
invasões. Quando o Partido dos Trabalhadores, acoplado a movimentos sociais,
busca ganhos secundários, permanentes, chega na hora e diz que não tem nada a
ver com o MLST, apenas deram nove milhões para eles, coisa pequena, porque
Governo e Partido é tudo a mesma coisa, estão coalescidos, eles estão fundidos.
O
Sr. Carlos Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quando discordamos de um
conteúdo... E eu discordo desse conteúdo, porque ele não diz nem como, nem onde
serão feitas essas habitações; então nós estaremos iludindo, e não é uma
posição, com todo o respeito, Ver. Sebenelo, é no seu conteúdo...
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Não, quem quer iludir é vigarista!
O
Sr. Carlos Comassetto:
Bom, o Projeto, o seu conteúdo...
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Quem faz é vigarista, porque quer iludir! Agora, o Vereador não quer iludir, o
Vereador faz um Projeto, faz um trabalho que V. Exª deveria defender.
O
Sr. Carlos Comassetto:
Eu não estou chamando o Vereador de vigarista!
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Porque nós colegas, aqui, porque nós colegas, aqui... O seu aparte já terminou,
por gentileza!
O
Sr. Carlos Comassetto: Muito
obrigado.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Então,
o respeito aos colegas é fundamental, e principalmente não podem desvalorizar o
trabalho do colega, que fez um excelente trabalho e fica desta forma
enxovalhada de considerações que não chegam a nada, quando, na verdade, é um
bom Projeto, a Cidade precisa. Cidades organizadas, cidades de Primeiro Mundo
têm cadastro, cadastro de moradia, e, se for aprovado, seria uma ótima proposta
desta Câmara para o Executivo.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a prorrogação da Sessão
por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Onze (11) votos
SIM. Não existe quórum.
Está
encerrada a presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h03min.)
*
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